quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Submissão...


Qual poliglota
Em várias línguas
Em finos tratos
Seduz aos saltos
E atrai-se à mingua

Armando a sina
Se faz, incauto,
Se finge casto,
Posa de fausto
Emposta a crina...

Se o corpo atina,
Assalta em falso
Esvai-se em versos
Maltrata rimas

Externa a voz
Em farsa e esmero
No afago arteiro
Do amar sem pós

Paira e flutua...


Apraz-se em bocas
Mãos minhas, suas,
No sexo, loucas,

Envolve-o inteiro,
Por cio, amparas
Nas coxas nuas
Nas parcas roupas
Nas peças, poucas
Salpicam gotas
Nas fendas cruas

Em bentas taras
As prendas postas
Nas cavas, fossas
Nas poças fundas,
Invade e apossa
E o abraço freme,

A femea estreme...
No espasmo, o cume...
O corpo geme,
O gozo é morte,
E o rico sêmem,
Avança à sorte,
Surfando onda,
Cevando impune...

domingo, 9 de setembro de 2012

Meus 60 anos...



No proximo dia quinze(15/9), passo a ter o direito de pagar meia ou furar filas em bancos e em outros calvários brasileiros.
Meus 60 anos vem aí. 
O danado é que me sinto como se tivesse só 30... 
Mas o espelho e o cardiologista não deixam por menos. 
O que fazer?  
Fazer 60 e continuar, até onde der...


60 anos, eu faço
40 anos, me dão
20 anos, foi traço
80 anos, sei não...

60 anos de luta
40 anos, fui fera
20 anos? só puta !!!
80 anos, na espera...

60 anos, confessa
40 anos, só pressa
20 anos, fui nessa
80 anos, despeça...

60 anos, difícil, não minto
40 anos,  vai antes um tinto?
20 anos, isto é que é pinto !!!
80 anos, e eu, mal o sinto...

60 anos,  100%  aberto
40 anos,  100%  acerto
20 anos,  100%  esperto
80 anos,  100%  incerto

60 anos, parece um engodo...
40 anos, parece tão probo...
20 anos, aparece, e eu fôdo !!!
80 anos, parece que é lôdo...

60 anos, só falando em lembrança...
40 anos, olha aí o tamanho da pança !
20 anos, outra vez? Não se cansa ?
80 anos, liga não, é igual a criança...

60 anos, aviou-se, discreto
40 anos, mexeu nele, tá reto
20 anos, nem piscou, tá ereto
80 anos, Viagra ao teto, e + afeto...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Concierto a puertas cerradas - por Tomás Castro*




Con estas manos hechas para ti
quiero
uno a uno tocar
los instrumentos de tu cuerpo

al palparte
me salen tonos
partituras
música en fin
de todas partes

se precisa un golpe
de batuta
para tocarte sin desafinar

estás llena de violines
en ti los pájaros ensayan
sus últimas canciones
en ti debuta una alta fidelidad
que termina
entre mis dedos
haciéndote fraterna

amo tus instrumentos
cuando me inundas de sonidos
cuando tu cuerpo me nombra
el músico más grande

que nadie se sienta herido
– ni bach ni beethoven
ni los trompetistas del juicio final –

eres un concierto
que sólo yo puedo tocar.


* Nasceu em Santo Domingo, Republica Dominicana, (1959). Poeta.
Formado em Letras e Literatura pela Universidad Autónoma de Santo Domingo