“Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração”. Maiakovski, 1923
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
7º Lugar no Festival de Poesias na Paraiba
Secretário da Cultura Chico César presigia o evento representando o Governador Ricardo Coutinho
Aconteceu na noite da última sexta-feira, 16, no Fina Flor Clube, da cidade de Aparecida, na Paraiba, o encerramento das festividades alusivas ao XVII FESERP - Festival Sertanejo de Poesia - Prêmio AUGUSTO DOS ANJOS.
Poesia classificada :
Para Isabela e (lamentavelmente) muitas outras crianças...
Manchete estampa de horror nossa tela :
Por que mataram Isabela?
No momento, um acesso... foi-se a vida...
Será tino moldado e insano,
Curtido em reverso, faz ano,
Fazendo mente entorpecida
Exibir seu perverso, seu profano?
Que feroz animal
Investiria com fúria, sobre a cria
Despejaria ira
Forjaria a dor
Esmagaria o amor,
Poria final
Na vida que criou um dia?
Quem perpetua tal ato
Perpassando a armadura da tela
Atirando sem rumo no espaço
O amor paterno, o terno abraço,
Também deixa em pedaços
O laço sagrado do sangue...
Comete, de todos, o maior dano:
Rompe na espécie, sequencia que expande.
Vence, nele, a solitária e urdida besta,
Morre nele,
No ser,
O humano...
sábado, 17 de dezembro de 2011
Doce menina
No muro da esquina
-Oh! doce menina
Não vá demorar
Eu sei teu caminho
Conheço o olhar
O azul mais marinho
E a inveja do mar..
Parece um
Bombom tua boca,
Ao beijar peço bis,
Exala alfazema
Teu corpo,
Teus olhos, brilhando,
Jujubas de aniz.
Mas sigo na esquina,
Sentado, a esperar...
És doce, menina(e tu és),
Quão doce pra mim
É sonhar...
domingo, 4 de dezembro de 2011
A Lista
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Bandida
Não pra mim, não adianta...
Não há pudor que pague a conta
Destas tolas armadilhas
Todas elas prenhas
Todas elas filhas
Desta empáfia falsa
Que arreganha dentes
Despeja impropérios
Mas não amedronta...
Viveu da noite (perdeu-se um dia)
Viveu na farra (cheirou a trilha)
Viveu bandida (errou de quilha)
Viveu sem lar (desfez da cria)
Decretou pena de morte:
Ao amor, um poço qualquer...
O azar restou como suporte
Perdeu a fé, perdeu a sina
A fé se foi, a fé-menina
Má fé ficou, num corpo em pé...
Fez tu pensar que é mais mulher
Mas tu é mesmo só vagina...
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Nosso lugar
foi logo após, daquele instante,
eu me entreguei, não liguei mais ser o amante,
em corpo inerte o amor definha...
foi desespero pra fazer voce ser minha...
é simples, sim, não mais me zombe,
agora é tarde pra fugir, porque se esconde ?
Oh! Deus porquê, por que não me impediu,
vendi minh´alma pra te ter, voce não viu?
agora sós, não culpe a mim,
eu sinto falta, eu não quero estar assim,
houve um lugar e o amor nasceu
há um lugar onde_outro amor será só meu..
é simples sim, não mais me zombe,
agora é tarde pra fugir, porque se esconde ?
oh! Deus porquê, por que não me impediu,
vendi minh´alma pra te ter, voce não viu?
nos dê uma outra chance, meu amor, vem
ao nosso lugar, vou te esperar, vem
vamos nos amar, e ser depois
os dois só um ser
Nunca mais ser tão sós ...
é simples sim, não mais me zombe,
agora é tarde pra fugir, porque se esconde ?
oh! Deus porquê, por que não me impediu,
vendi minh´alma pra te ter, voce não viu?
nos temos outra chance, meu amor, vem
ao nosso lugar, vou te esperar, vem
vamos nos amar, e ser depois
os dois só um ser
os dois só um ser
vamos nos amar, e ser depois
ser os dois, só um
Nunca mais ser tão sós,
Versão de "Somewhere only we know" do Keane
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Te Amo, bem mais que amo a mim
Faz parte, és mais do que eu em mim
Reparte, minha alma, meu coração
És minha alegria, meu sonho, és minha emoção
Tu és meu começo, meu meio, em mim não tens fim...
Tentei sim, não me envolver demais
Dizendo que um amor como este
Não poderia existir...
Mas mesmo ao tentar resistir,
Querida eu percebi
Tão fundo estás, que és parte de mim...
Sacrificar qualquer coisa, que eu tiver, seja lá o que for..
Pra ter seu amor só pra mim
Mesmo escutando uma voz a dizer pra eu ouvir:
”Que és um louco a mais, e um louco de tudo é capaz,
Ouça, tua mente é quem diz : acorde a razão que há em ti... “
E cada vez mais quando tento em vão te esquecer
Eu volto a lembrar:
Que tão fundo estás, que és parte de mim...
instrumental
Sacrificar qualquer coisa, que eu tiver, seja lá o que for..
Pra ter seu amor só pra mim
Mesmo escutando uma voz a dizer pra eu ouvir:
”Que és um louco a mais, e um louco de tudo é capaz,
Ouça, tua mente é quem diz : acorde a razão que há em ti... “
E cada vez mais quando tento em vão te esquecer
Eu volto a lembrar :
Que tão fundo estás, que és parte de mim,
Te Amo bem mais, bem mais que amo a mim,
And I´ve got you, under my skin...
Versão de "I´ve got you, under my skin" , musica de Cole Porter de 1936.
aqui executada (como me gusta), por Ivan Lins
http://www.youtube.com/watch?v=xjUNCT8fOeA
sábado, 8 de outubro de 2011
O Amor é Fogo
Rodrigo Guimarães Pena - 2005
Pedi ao Vento, ao Sol e ao Mar,
Que ajudassem conquistar
Seu coração só para mim...
De pronto, se deram à lida.
Num piscar, sem perder tempo,
Foi dizendo logo o Vento:
“Tenho resposta correta
Para atingir tão nobre meta
De um coração conquistar:
Mandarei buscar nas alturas,
O ar que faz manhãs mais puras,
E volta a Terra, o vou lançar.
Mas, não sem antes perfumá-lo
Com essências de floresta
E em lá chegar, pareça festa,
Acompanhado de mil flores
E do ofegar de mil amores...
E em caricias, qual cetim,
O juízo indiferente
Que habita inquieta mente,
Se veria tão cercado
De desejos, salpicado,
Que faria, certamente
Ela se apaixonar, pois sim !
“Nada disto, nada disto”,
Disse o Sol em fala forte :
“A maneira que conheço,
A que deve trazer sorte
E um coração pode afetar,
Manda meus raios tocarem
Da cabeça ao calcanhar...
E em tocando lhe enviarem
O calor que em mim faz lar,
E este amor de amante quente,
A faria, certamente,
Se apaixonar , enfim...”
“Um momento, um momento,
Não é fácil assim
Como flama o sol
Ou sopra o vento...
Permita-me (objetou o Mar com propriedade
De conhecedor das humanas veleidades ) :
“Evoco aqui a velha dita,
Difundida em minhas vagas
Que ao final vale a escrita
- difere como afagas...
E qualquer corpo, sabe bem...
Há em meus domínios, mais alem,
Mansidão nas marés calmas,
E as sereias flertam almas
De perdidos navegantes...
Onde gotas de salinas águas
Curam males dos amantes,
E transformam velhas magoas,
Perdulárias, torturantes
Em prazer antecipado
Como o beijo mais molhado,
Enviado a quem ressente,
E seu poder entorpecente
Traria assim, perdida a mente,
Um apaixonar por si, sem fim...”
Arrebatado com a surpresa
De rogada cortesia
Por instante pus-me em prantos,
e entre o choro agradecia
A toda aquela natureza
Ali disposta a me ajudar.
Mas, de repente surgiu o Fogo...
Me envolveu , como uma presa,
E em labaredas abriu o jogo
E pôs-se, aos brados, declarar:
“Atentai, pobre mortal,
Pois este dito é o teu final:
Estarás fadado ao fracasso,
Se eu ,o Fogo e o que faço,
Deste empreito me ausentar...
Não contemplarás sucesso
Nem haverá chance ou acesso
De outro fim poder criar...
Por mais que tentem impor
A tão bela criatura,
A paixão total, sem cura,
Que nasce ou vem do amor,
Se eu, o Fogo em pessoa,
E não me chamam Fogo a toa :
Sou criador de dores latentes,
Detentor de altas patentes,
Perpetuador do sentir doído,
Idealizador do ciúme antigo
Das crises de magoa e loucura,
Das insanas fomes de candura,
E representante por excelência
Da dor forjada em carência...
Se eu, não estiver nela presente,
No âmago deste ser descrente,
Então, ter-se-á, malogrado final,
Eu diria...
Quem sabe, linda ode ou poesia
De um amor platônico fatal,
Ou vulcão ardendo em noite fria
Lançando brisas qual mistral
Num oceano em calmaria...
E tu, guerreiro do amor, tenaz,
Originado e pretenso capataz
Das ações de morte ou vida,
Irás com o sol, em derradeiro brilho
Não passarás de tosco andarilho
A sofrer com perverso açoite,
Que virá com a escuridão da noite...
E não haverá auxilio ou guarida
Ou alguém, por piedade sentida,
Do teu rastro, de sofrido casto,
Encontre algum traço e persiga ..
Tenho dito.”