domingo, 29 de julho de 2012

Maria Helena Guimarães Pena ( 26 -02 - 1929 / 25 - 07 - 2012 )

Neste último dia 25 de julho, perto das 8 da noite, minha mãe nos deixou. Foi encontrar meu pai Afonso, minha vó Izaura e meu avô Juquita, e quem sabe, conversar um pouco com Guimarães Rosa, de quem era fan. Poeta e escritora, apesar da pouca instrução, se equilibrava muito bem entre as palavras. Fez poesias simples e bonitas, escreveu textos ora singelos, ora profundos, ora emocionantes. Participava ativamente da Academia Familiar de Letras Guimarães Rosa, um rumo positivo que encontrou na vida, após o passamento cedo de papai. Eu, que sempre estava por perto nas suas necessidades gramaticais e tentando ajudá-la em algum verso, recolhi seu inventário literário. Vou organizá-lo e postar aqui algumas de suas obras. Vou selecionar algumas e mandar publicar. Tenho certeza que ela gostaria muito disto.
 Abaixo uma poesia que fez para sua mãe Isaura, em agosto do ano passado. Faltava o ultimo verso. Me mostrou e fizemos algumas mudanças. Disse a ela que, quando terminasse, me mostrasse de novo. Não deu tempo. Fiz o ultimo verso na noite do dia 25, depois de seu adeus. Com o mesmo tema, mas com pensamento diferente do dela, captando-o, mas me colocando, agora, no lugar dela. 

Postei 3 fotos dela em momentos distintos de sua vida.

mamãe aos 5 anos

 Comigo, aos 10 meses...




com papai, em 1980.


Querida mamãe
Maria Helena Guimarães Pena

Ah! quantas saudades trago comigo...
Falar de você, mamãe,
Lindas palavras encontro,
Mas dizer... Não consigo...

Onde está você, mamãe?

Sussurro bem baixinho
O meu amor em lembranças
Que com choro e lágrimas se misturam
Implorando o teu carinho...

Sinto tua ausência , mamãe...

Procuro vê-la em sonhos.
Mas a imaginação
Me retrata um outro mundo,
Meu passado refeito em quimeras e ilusão...

Preciso ver você, mamãe...

É tão grande este desejo
Que um anjo terno e amigo
Se apieda e envolve-me num abraço.
Em suas asas, a redenção e o abrigo.

Podia ser você, mamãe...

...e de repente, logo ali no infinito,
A imagem tua reflete e brilha...
E no findar da espera,
Da eterna paz do Bendito,
Me achego a teu colo,
E enfim, me permito:

Mamãe, aqui está tua filha...

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