Houve um
tempo,
Um momento
incolor,
Desalento...
Desalento...
Tudo em mim
fez passado, cessou,
Pensamento vazio, o inverso do amor....
E o tempo
a passar, a passar ... e passou...
Quis
jamais que o amor se acabasse,
Mas
querer só, não mostra a outra face,
E se não
foi meu querer,
Por que haveria o impensável, romper?
Eu não sei, eu não sei, vai saber...
Eu não sei, eu não sei, vai saber...
Só depois... bem depois
Sonhei
ter lassidão, calmaria.
Frustração,
De quem
perde a razão de viver,
Perde via
a traçada pro ser,
Como um cego
na rua sem guia,
E sem cão...
Ledo
engano.
As agruras mais vis, renitentes,
As agruras mais vis, renitentes,
Aliadas ao
medo, parceiro presente,
Nesta
luta em que a dor me venceu,
Desigual, arrasou, corroeu,
Derrotou coração persistente...
Derrotou coração persistente...
Desprezível emoção...
Revelou
todo lado impotente,
Fez de
mim um perdido, um doente,
Por sentir
tentação, por ainda te amar,
Ou pedir pra morrer,
Pra poder te alcançar
Pra poder te alcançar
No
infinito possível da mente...
E chegou o pior: solidão.
Oh! parceira
invisível de toda paixão,
Que nos
mata de dor, frustração,
Que a remove
da luz,
Que celebra
este breu,
Que
envolveu, submissas,
As Iaras aos mandos de Orfeu...
Fez-se a noite.
E a seu fim,
Foi-se o Eu...
As Iaras aos mandos de Orfeu...
Fez-se a noite.
E a seu fim,
Foi-se o Eu...
Mas,
Sem querer
ou porque,
Ou quem
sabe do nada,
Junto ao Sol, novo amor, veio a pino,
Sem
medir, se importar em ser fino,
Simplesmente
chegou, sem se impor,
Me tirou do
estupor,
De
menino,
Enrustido,
infantil, e fugindo...
Em suas
asas o tempo parou...
Meu Coração,
Qual
deserto areado, acolheu...
E a
semente insistente, brotou,
E se
abriu entre espinhos da dor...
Me senti
primavera no amor,
Espalhando
consigo a beleza,
Trazendo
consigo a certeza
Do esquecido
e esperado esplendor...
Oh! Quero-me
seu...
Paisagem
de céu matinal
Verdejantes,
seus campos tranqüilos
Coloridos, qual mar de coral,
Ela veio e...
Moldou-se a mim por igual.
Moldou-se a mim por igual.
Vejo em
mim,
Hoje sei,
Velha dor
já se foi, descolou,
E o
deserto, que um dia foi parte do fim,
Em
jardins, resurgiu, floresceu...
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