sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bandida

Não se faça de santa!
Não pra mim, não adianta...
Não há pudor que pague a conta
Destas tolas armadilhas
Todas elas prenhas
Todas elas filhas
Desta empáfia falsa
Que arreganha dentes
Despeja impropérios
Mas não amedronta...

Viveu da noite (perdeu-se um dia)
Viveu na farra (cheirou a trilha)
Viveu bandida (errou de quilha)
Viveu sem lar (desfez da cria)

Decretou pena de morte:
Ao amor, um poço qualquer...
O azar restou como suporte
Perdeu a fé, perdeu a sina
A fé se foi, a fé-menina
Má fé ficou, num corpo em pé...
Fez tu pensar que é mais mulher
Mas tu é mesmo só vagina...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Nosso lugar


foi logo após, daquele instante,
eu me entreguei, não liguei mais ser o amante,
em corpo inerte o amor definha...
foi desespero pra fazer voce ser minha...

é simples, sim, não mais me zombe,
agora é tarde pra fugir, porque se esconde ?

Oh! Deus porquê, por que não me impediu,
vendi minh´alma pra te ter, voce não viu?

agora sós, não culpe a mim,
eu sinto falta, eu não quero estar assim,
houve um lugar e o amor nasceu
há um lugar onde_outro amor será só meu..

é simples sim, não mais me zombe,
agora é tarde pra fugir, porque se esconde ?
oh! Deus porquê, por que não me impediu,
vendi minh´alma pra te ter, voce não viu?

nos dê uma outra chance, meu amor, vem
ao nosso lugar, vou te esperar, vem
vamos nos amar, e ser depois
os dois só um ser
Nunca mais ser tão sós ...

é simples sim, não mais me zombe,
agora é tarde pra fugir, porque se esconde ?
oh! Deus porquê, por que não me impediu,
vendi minh´alma pra te ter, voce não viu?

nos temos outra chance, meu amor, vem
ao nosso lugar, vou te esperar, vem
vamos nos amar, e ser depois
os dois só um ser
os dois só um ser

vamos nos amar, e ser depois
ser os dois, só um
Nunca mais ser tão sós,

Nunca mais ser tão sós...

Versão de "Somewhere only we know" do Keane

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Te Amo, bem mais que amo a mim

Faz parte, és mais do que eu em mim
Reparte, minha alma, meu coração
És minha alegria, meu sonho, és minha emoção
Tu és meu começo, meu meio, em mim não tens fim...

Tentei sim, não me envolver demais
Dizendo que um amor como este
Não poderia existir...
Mas mesmo ao tentar resistir,
Querida eu percebi
Tão fundo estás, que és parte de mim...

Sacrificar qualquer coisa, que eu tiver, seja lá o que for..
Pra ter seu amor só pra mim
Mesmo escutando uma voz a dizer pra eu ouvir:
”Que és um louco a mais, e um louco de tudo é capaz,
Ouça, tua mente é quem diz : acorde a razão que há em ti... “

E cada vez mais quando tento em vão te esquecer
Eu volto a lembrar:
Que tão fundo estás, que és parte de mim...

instrumental

Sacrificar qualquer coisa, que eu tiver, seja lá o que for..
Pra ter seu amor só pra mim
Mesmo escutando uma voz a dizer pra eu ouvir:
”Que és um louco a mais, e um louco de tudo é capaz,
Ouça, tua mente é quem diz : acorde a razão que há em ti... “


E cada vez mais quando tento em vão te esquecer
Eu volto a lembrar :
Que tão fundo estás, que és parte de mim,
Te Amo bem mais, bem mais que amo a mim,
And I´ve got you, under my skin...

Versão de "I´ve got you, under my skin" , musica de Cole Porter de 1936.
aqui executada (como me gusta), por Ivan Lins
http://www.youtube.com/watch?v=xjUNCT8fOeA

sábado, 8 de outubro de 2011

O Amor é Fogo

Rodrigo Guimarães Pena - 2005

Pedi ao Vento, ao Sol e ao Mar,

Que ajudassem conquistar

Seu coração só para mim...


De pronto, se deram à lida.


Num piscar, sem perder tempo,

Foi dizendo logo o Vento:

“Tenho resposta correta

Para atingir tão nobre meta

De um coração conquistar:

Mandarei buscar nas alturas,

O ar que faz manhãs mais puras,

E volta a Terra, o vou lançar.

Mas, não sem antes perfumá-lo

Com essências de floresta

E em lá chegar, pareça festa,

Acompanhado de mil flores

E do ofegar de mil amores...

E em caricias, qual cetim,

O juízo indiferente

Que habita inquieta mente,

Se veria tão cercado

De desejos, salpicado,

Que faria, certamente

Ela se apaixonar, pois sim !


“Nada disto, nada disto”,

Disse o Sol em fala forte :

“A maneira que conheço,

A que deve trazer sorte

E um coração pode afetar,

Manda meus raios tocarem

Da cabeça ao calcanhar...

E em tocando lhe enviarem

O calor que em mim faz lar,

E este amor de amante quente,

A faria, certamente,

Se apaixonar , enfim...”


“Um momento, um momento,

Não é fácil assim

Como flama o sol

Ou sopra o vento...

Permita-me (objetou o Mar com propriedade

De conhecedor das humanas veleidades ) :

“Evoco aqui a velha dita,

Difundida em minhas vagas

Que ao final vale a escrita

- difere como afagas...

E qualquer corpo, sabe bem...

Há em meus domínios, mais alem,

Mansidão nas marés calmas,

E as sereias flertam almas

De perdidos navegantes...

Onde gotas de salinas águas

Curam males dos amantes,

E transformam velhas magoas,

Perdulárias, torturantes

Em prazer antecipado

Como o beijo mais molhado,

Enviado a quem ressente,

E seu poder entorpecente

Traria assim, perdida a mente,

Um apaixonar por si, sem fim...”


Arrebatado com a surpresa

De rogada cortesia

Por instante pus-me em prantos,

e entre o choro agradecia

A toda aquela natureza

Ali disposta a me ajudar.


Mas, de repente surgiu o Fogo...

Me envolveu , como uma presa,

E em labaredas abriu o jogo

E pôs-se, aos brados, declarar:


“Atentai, pobre mortal,

Pois este dito é o teu final:

Estarás fadado ao fracasso,

Se eu ,o Fogo e o que faço,

Deste empreito me ausentar...

Não contemplarás sucesso

Nem haverá chance ou acesso

De outro fim poder criar...

Por mais que tentem impor

A tão bela criatura,

A paixão total, sem cura,

Que nasce ou vem do amor,

Se eu, o Fogo em pessoa,

E não me chamam Fogo a toa :

Sou criador de dores latentes,

Detentor de altas patentes,

Perpetuador do sentir doído,

Idealizador do ciúme antigo

Das crises de magoa e loucura,

Das insanas fomes de candura,

E representante por excelência

Da dor forjada em carência...

Se eu, não estiver nela presente,

No âmago deste ser descrente,

Então, ter-se-á, malogrado final,

Eu diria...

Quem sabe, linda ode ou poesia

De um amor platônico fatal,

Ou vulcão ardendo em noite fria

Lançando brisas qual mistral

Num oceano em calmaria...

E tu, guerreiro do amor, tenaz,

Originado e pretenso capataz

Das ações de morte ou vida,

Irás com o sol, em derradeiro brilho

Não passarás de tosco andarilho

A sofrer com perverso açoite,

Que virá com a escuridão da noite...

E não haverá auxilio ou guarida

Ou alguém, por piedade sentida,

Do teu rastro, de sofrido casto,

Encontre algum traço e persiga ..


Tenho dito.”