“Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração”. Maiakovski, 1923
domingo, 27 de janeiro de 2013
Mais uma tragédia anunciada...
ATÉ QUANDO SUPORTAREMOS SEM FAZER NADA?
QUE SOCIEDADE É ESTA QUE VÊ SEUS FILHOS MORRENDO PELA OMISSÃO, INCOMPETÊNCIA, GANÃNCIA DAQUELES QUE RECEBEM NOSSO DINHEIRO PARA NOS DAR CONFORTO, SEGURANÇA E BEM-ESTAR, E CHORA, E REZA, E... MAIS NADA?
POR QUE TEMOS DINHEIRO PARA TROCAR FROTAS DE CARROS OFICIAIS E NÃO TEMOS DINEHRO PARA COMPRAR MEDICAMENTOS?
TEMOS DINHEIRO PARA FAZER COPA DO MUNDO, OLIMPIADA MAS NÃO REFAZEMOS ESTRADAS, FERROVIAS, AEROPORTOS, MORADIAS?
"PANNIS ET CIRCENCIS" (COMIDA E DIVERSÃO) : CONSELHO DADO PELO SENADO ROMANO AO IMPERADOR NERO PARA EVITAR A REVOLTA POPULAR, E ELE ASSIM O FEZ. TRADUZINDO PARA NOSSO TEMPO: "BOLSA FAMILIA E FUTEBOL". EU ACRESCENTARIA A CACHAÇA, MUITA CACHAÇA.
EU COM DOIS FILHOS DE 27 E 29 ANOS PENSO QUE SE MORASSE EM SANTA MARIA, CERTAMENTE OS DOIS ESTARIAM NA FESTA.
NESTE DETALHE EU TENHO INVEJA DA CHINA. CORRUPTOS E INCOMPETENTES QUE CAUSAM ESTE TIPO DE TRAGÉDIA, LÁ SÃO PREMIADOS COM UMA BALA NA NUCA. E A FAMILIA AINDA PAGA A BALA.
PENSEM BEM : QUANDO FOI QUE UMA TRAGÉDIA NO BRASIL APRESENTOU CULPADOS E SE APRESENTOU, QUANDO FORAM PRESOS? NUNCA.
SABEM DE UMA COISA? NOS MERECEMOS POIS SOMOS OMISSOS, NÃO FAZEMOS NADA.
ESPEREM EM VÃO POR PUNIÇÕES.
- NINGUEM DA PREFEITURA - REPONSÁVEL PELO ALVARÁ - VAI SER PUNIDO;
- NINGUEM DOS BOMBEIROS - REPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO - VAI SER PUNIDO. - NENHUM DOS PROPRIETÁRIOS, NENHUM DOS SEGURANÇAS, NENHUM DOS PARTICIPANTES DA BANDA, VAI SER PUNIDO.
QUEM FOI PUNIDO, FOI PUNIDO POR SER JOVEM, CONFIANTE, CRENTE QUE TEMOS PAIS, NAÇÃO, GOVERNOS, QUALQUER GOVERNO QUE GOVERNE - EM TODOS OS NÍVEIS .
OS QUE VÃO SER PUNIDOS JÁ RECEBERAM SUA PUNIÇÃO.
MORTOS, FERIDOS E SUAS FAMILIAS DESGRAÇADAS.
"QUEM ENTENDE OS DESÍGNIOS DE DEUS, MEU FILHO" - RESPOSTA DO ARCEBISPO DO RIO DE JANEIRO AO SER QUESTIONADO PELO REPORTER.
É DEMAIS, NÃO É...
O RESTO, AS PROVIDÊNCIAS, SÃO COMISSÕES DE INQUÉRITO MANIPULADAS, INVESTIGAÇÃO CRITERIOSA PARA NÃO SE CHEGAR ALUGAR NENHUM, REPORTAGENS AO VIVO - ENQUANTO A AUDIÊNCIA FOR GARANTIDA - E DEPOIS ALGUMAS NOTICIAS ESPORÁDICAS, POIS JÁ HAVERÃO OUTRAS TRAGÉDIAS PARA SEREM COBERTAS PELO JORNALISMO DE RESULTADO.
QUE MANHÃ NOJENTA, ESTA DO DIA 27 DE JANEIRO, NO BRASIL...
domingo, 20 de janeiro de 2013
A doença e a cura
Se um dia desses, sem notar, sem fazer conta
Reparasse em alguém, além da monta,Que o teu valente coração, forjado em aço
Se abobasse e derretesse ao calor de um terno abraço ?
Se um dia desses, sem notar, sem fazer conta
Reparasse em alguém, além da monta,
Que o teu olhar, o teu semblante, entre arredio e vacilante,
Ganhasse brilho, em breve instante, ao olhar um outro olhar, alienante?
Se um dia desses, sem notar, sem fazer conta
Reparasse em alguém, além da monta,Que a razão dos teus receios, perdesse cor, ganhasse alheios,
E nos embalos de teus sonhos, tão inflados de desejos,
A presença deste alguém, junto a pares mais medonhos,
Te fizesse perder senso e o levasse a roubar beijos?
E se tudo aquilo que disseste,
Perdesse encanto,Faltasse em prece,
Ao antever, em longo pranto,
O sofrer a alguém que trouxe amor em alguém que lho padece?
E se o cansaço desta louca solidão,
Trocasse o exílio angustiado de seu pobre coraçãoPela presença insinuante, aveludada e atenuante,
De um carinho feito à mão?
Se assim estás, e ages qual um abestalhado,
Meu amigo, não é mal ou coisa impura!
Não adianta acender velas ou aconselhar-se às escrituras,
Pois o mal que a mim confessas, carrega em si a própria cura,
E como amigo e confidente, te digo, sem mais conjecturas:
Estás, perdida a mente, apaixonado...
Pois o mal que a mim confessas, carrega em si a própria cura,
E como amigo e confidente, te digo, sem mais conjecturas:
Estás, perdida a mente, apaixonado...
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Zuccherino Dolce (Doce Açucarado) de Raphael Gualazzi
Degustem este Zuccherino Dolce,
ou Doce Açucarado,
do fantástico Raphael Gualazzi
E a letra :
Pina Colada
Pina Capirinha
ciao ciao, Piccolinha
me ne vado da qui, col tram.
E' notte, fredda c'è la neve
che grande impresa questo vieni e vai.
Sto in piedi, forse resto in piedi, resto aggrappato ai vetri, non ci crederai.
Se vuoi volar con me dentro nel sol, preparati a intonare il mio Bemol,
sei donna ormai rodata tutti i tram,
mi piace la tua lingua ed il tuo slam,
non ti do, cara mia, 34 anni dolce,
zuccherino dolce, tu m'hai deluso e vado via da te.
E togliti il cappotto di Rattan, lo vedi che già siamo a carneval, e il nuoto riponeva dentro il mar, con capirinha che mi fa volar
solo io, solo tu, solo non ti amo
dolce, zuccherino dolce, tu m'hai deluso e vado via da te.
Poi Daisy affilò dentro all'amor
la lama più sottile per il cuor
e piansero gli amanti nel morir
rimango solo per poi revivir
solo io, solo tu, solo non ti amo
Daisy, sweetest little Daisy
grido il tuo nome e tu te ne vai,
Daisy, sweetest little Daisy
grido il tuo nome e tu te ne vai,
Dolce, zuccherino dolce
grido il tuo nome e tu te ne vai,
Dolce, zuccherino dolce
grido il tuo nome e tu te ne vai
ciao ciao, Piccolinha
me ne vado da qui, col tram.
E' notte, fredda c'è la neve
che grande impresa questo vieni e vai.
Sto in piedi, forse resto in piedi, resto aggrappato ai vetri, non ci crederai.
Se vuoi volar con me dentro nel sol, preparati a intonare il mio Bemol,
sei donna ormai rodata tutti i tram,
mi piace la tua lingua ed il tuo slam,
non ti do, cara mia, 34 anni dolce,
zuccherino dolce, tu m'hai deluso e vado via da te.
E togliti il cappotto di Rattan, lo vedi che già siamo a carneval, e il nuoto riponeva dentro il mar, con capirinha che mi fa volar
solo io, solo tu, solo non ti amo
dolce, zuccherino dolce, tu m'hai deluso e vado via da te.
Poi Daisy affilò dentro all'amor
la lama più sottile per il cuor
e piansero gli amanti nel morir
rimango solo per poi revivir
solo io, solo tu, solo non ti amo
Daisy, sweetest little Daisy
grido il tuo nome e tu te ne vai,
Daisy, sweetest little Daisy
grido il tuo nome e tu te ne vai,
Dolce, zuccherino dolce
grido il tuo nome e tu te ne vai,
Dolce, zuccherino dolce
grido il tuo nome e tu te ne vai
sábado, 5 de janeiro de 2013
A explicação necessária...
Postei, pois achei fundamental para o entendimento da realidade brasileira, em relação às incongruências, aos malfeitos, às reações exacerbadas, às falsas (legítimas no entender do protagonista) indignações, à forma de governar um país. É simples apesar de parecer que não.
O texto é um pouco longo mas, volto a dizer, necessário...
Uma
das experiências mais perturbadoras que tive na vida foi a de perceber, de novo
e de novo ao longo dos anos, o quanto é impossível falar ao coração, à
consciência profunda de indivíduos que trocaram sua personalidade genuína por
um estereótipo grupal ou ideológico.
Diga
você o que disser, mostre-lhes mesmo as realidades mais óbvias e gritantes,
nada os toca. Só enxergam o que querem. Perderam a flexibilidade da
inteligência. Trocaram-na por um sistema fixo de emoções repetitivas, acionadas
por um reflexo insano de autodefesa grupal.
No
começo não é bem uma troca. O estereótipo é adotado como um revestimento, um
sinal de identidade, uma senha que facilita a integração do sujeito num grupo
social e, libertando-o do seu isolamento, faz com que ele se sinta até mais
humano. Depois a progressiva identificação com os valores e objetivos do grupo
vai substituindo as percepções diretas e os sentimentos originários por uma
imitação esquemática das condutas e trejeitos mentais do grupo, até que a
individualidade concreta, com todo o seu mistério irredutível, desapareça sob a
máscara da identidade coletiva.
Essa
transformação torna-se praticamente inevitável quando a unidade do grupo tem
uma forte base emocional, como acontece em todos os movimentos fundados num
sentimento de “exclusão”, “discriminação” e similares.
Não me refiro, é claro, aos casos efetivos de perseguição política, racial ou religiosa. A simples reação a um estado de coisas objetivamente perigoso não implica nenhuma deformação da personalidade. Ao contrário: quanto mais exageradas e irrealistas são as queixas grupais, tanto mais facilmente elas fornecem ao militante um “Ersatz”(SUBSTITUTO, POREM DE QUALIDADE INFERIOR AO ORIGINAL) de identidade pessoal, precisamente porque não têm outra substância exceto a ênfase mesma do discurso que as veicula.
Não me refiro, é claro, aos casos efetivos de perseguição política, racial ou religiosa. A simples reação a um estado de coisas objetivamente perigoso não implica nenhuma deformação da personalidade. Ao contrário: quanto mais exageradas e irrealistas são as queixas grupais, tanto mais facilmente elas fornecem ao militante um “Ersatz”(SUBSTITUTO, POREM DE QUALIDADE INFERIOR AO ORIGINAL) de identidade pessoal, precisamente porque não têm outra substância exceto a ênfase mesma do discurso que as veicula.
À
dessensibilização da consciência profunda corresponde, em contrapartida, uma
hipersensibilização de superfície, uma suscetibilidade postiça, uma
predisposição a sentir-se ofendido ou ameaçado por qualquer coisinha que se
oponha à vontade do grupo.
No
curso desse processo, é inevitável que o amortecimento da consciência
individual traga consigo o decréscimo da inteligência intuitiva. As capacidades
intelectuais menores, puramente instrumentais, como o raciocínio lógico verbal
ou matemático, podem permanecer intactas, mas o núcleo vivo da inteligência,
que é a capacidade de apreender num relance o sentido da experiência direta,
sai completamente arruinada, às vezes para sempre.
A
partir daí, qualquer tentativa de apelar ao testemunho interior dessas pessoas
está condenada ao fracasso. A experiência que elas têm das situações vividas
tornou-se opaca, encoberta sob densas camadas de interpretações artificiais
cujo poder de expressar as paixões grupais serve como um sucedâneo,
hipnoticamente convincente, da percepção direta.
O
indivíduo “sente” que está expressando a realidade direta quando seu discurso
coincide com as emoções padronizadas do grupo, com os desejos, temores,
preconceitos e ódios que constituem o ponto de intersecção, o lugar geométrico
da unidade grupal.
O mais
cruel de tudo é que, como esse processo acompanha “pari passu” o progresso do
indivíduo no domínio da linguagem grupal, são justamente os mais lesados na sua
inteligência intuitiva que acabam se destacando aos olhos de seus pares e se
tornando os líderes do grupo.
Um
grau elevado de imbecilidade moral coincide aí com a perfeita
representatividade que faz do indivíduo o porta-voz por excelência dos
interesses do grupo e, na mesma medida, o reveste de uma aura de qualidades
morais e intelectuais perfeitamente fictícias.
Não
conheço um só líder esquerdista, petista, gayzista, africanista ou feminista
que não corresponda ponto por ponto a essa descrição, que corresponde por sua
vez ao quadro clássico da histeria.
O
histérico não sente o que percebe, mas o que imagina. Quando o orador gayzista
aponta a presença de cento e poucos homossexuais entre cinquenta mil vítimas de
homicídios como prova de que há uma epidemia de violência anti-gay no Brasil, é
evidente que o seu senso natural das proporções foi substituído pelo
hiperbolismo retórico do discurso grupal que, no teatro da sua mente, vale como
reação genuína à experiência direta.
Quando
a esposa americana, armada de instrumentos legais para destruir a vida do
marido em cinco minutos, continua se queixando de discriminação da mulher, ela
evidentemente não sente a sua situação real, mas o drama imaginário consagrado
pelo discurso feminista.
Quando
o presidente mais mimado e blindado da nossa História choraminga que levou mais
chicotadas do que Jesus Cristo, ele literalmente não se enxerga: enxerga um
personagem de fantasia criado pela propaganda partidária, e acredita que esse
personagem é ele. Todas essas pessoas são histéricas no sentido mais exato e técnico
do termo. E se não sentem nem a realidade da sua situação pessoal imediata,
como poderiam ser sensíveis ao apelo de uma verdade que não chega a eles por
via direta, e sim pelas palavras de alguém que temem, que odeiam, e que só
conseguem enxergar como um inimigo a ser destruído?
A raiz
de todo diálogo é a desenvoltura da imaginação que transita livremente entre
perspectivas opostas, como a de um espectador de teatro que sente, como se
fossem suas, as emoções de cada um dos personagens em conflito. Essa é também a
base do amor ao próximo e de toda convivência civilizada.
A
presença de um grande número de histéricos nos altos postos de uma sociedade é
garantia de deterioração de todas as relações humanas, de proliferação
incontrolável da mentira, da desonestidade e do crime.
Artigo de Olavo de Carvalho (Diário do Comércio)
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Verborragiar
Verborragiar
Expressar-se em lauda, ao verborrágio
E sem ater-se a tal, verborragiar,
Causa-me espécie, fico pasmo,
Pois quando in
verbis, avança a estágio
Do abundar-se dele, mais do que deve,
Leva o escriba-autor, e que se atreve,
Jactar-se culto, enquanto
asno...
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