segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ávido


Ávido


Se olhar pra trás, em minha vida,
Verá música em meu seguir...
Me fiz assim, como saída
Pra romper muros, resistir
Pus nas letras meus enganos,
Meus afetos, meus receios,
Melodias, gritos roucos,
Dancei choro e desesperos,
Pra tirar você de mim

Um dia ainda me lembro,
Quis você na primavera
Fiz-me leve, era setembro
Como leve em um soneto
Fiz-me breve, fui “prometo”,
Fiz de tudo pra dar certo
Foi sonho meu,
Ter seu afeto... 

Ser o sonho mais sonhado,
Ser o ente mais querido,
Tu serias a rainha e
Eu um servo apaixonado,
Minha vida o teu reinado,
E a vida, assim, fazer sentido... 

Aqui estou, me vejo agora, 
Livre, sem laço...
Quem me vê, não mais a vê,
Junto a meu braço,
Quer me quer,
Quer carinho e meu abraço...
Quem me ajuda a dar um passo
Pra mudar a minha sorte?
Vou querer qualquer suporte,
Pra deixar toda esta fossa,
E partir, buscar meu norte...
Ouvir a música do espaço,

Triar a tristeza do mundo, 
Ser verdade no que faço
E a beleza por prazer, por se ter paz
De saber que não te ter junto a meu braço
É somente um passo a mais,
Um passo a frente, 

Se ontem fiz-me qual demente
E fui ator em fato trágico
Hoje atuo como mágico,
Que a ilusão de si, desprende...
Importa mais curtir meu ócio,
E ser do amor o amante incerto,
Ao invés de ser oculto sócio, 
Num despertar ávido, inquieto,
Buscando alguém que me transcende...


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