Neste 12 de outubro, dia das crianças, posto homenagem que tem dupla finalidade:
homenagear as crianças. As minhas, as suas e a que fomos um dia,
com uma musica feita para elas, e para o que representam: o futuro.
E homenagear um dos gênios da raça brasileira.
Seu nome: Taiguara.
Muito injustiçado e pouco reconhecido.
Ele nos deixou muito cedo, aos 50 anos.
A musica linda e a maravilhosa letra, foram feitas numa época difícil, em plena ditadura.
Ao final, uma pequena biografia, para os que não o conheceram.
Desfrutem da poesia e da musicalidade deste brasileiro ímpar, excepcional letrista e pianista.
Que as Crianças Cantem Livres
O tempo passa e atravessa as avenidas
E o fruto cresce, pesa e enverga o velho pé
E o vento forte quebra as telhas e vidraças
E o livro sábio deixa em branco o que não é...
E o fruto cresce, pesa e enverga o velho pé
E o vento forte quebra as telhas e vidraças
E o livro sábio deixa em branco o que não é...
Pode não ser essa mulher o que te falta
Pode não ser esse calor o que faz mal
Pode não ser essa gravata o que sufoca
Ou essa falta de dinheiro que é fatal...
Pode não ser esse calor o que faz mal
Pode não ser essa gravata o que sufoca
Ou essa falta de dinheiro que é fatal...
Vê como um fogo brando funde um ferro duro
Vê como o asfalto é teu jardim se você crê...
Vê como o asfalto é teu jardim se você crê...
Que há sol nascente avermelhando o céu escuro
Chamando os homens pro seu tempo de viver...
E que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor,
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor,
E que o passado abra os presentes pro futuro
Que não dormiu e preparou...
o amanhecer, o amanhecer, o amanhecer...
Taiguara Chalar da Silva (Montevidéu, 9 de outubro de 1945 — São Paulo, 14 de fevereiro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro nascido no Uruguai durante uma temporada de espetáculos de seu pai, o bandoneonista e maestro Ubirajara Silva.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1949 e para São Paulo, posteriormente, em 1960. Largou a faculdade de Direito para se dedicar à música. Participou de vários festivais e programas da TV. Fez bastante sucesso nas décadas de 60 e 70. Autor de vários clássicos da MPB, como Hoje, Universo do teu corpo, Piano e viola, Amanda, Tributo a Jacob do Bandolim, Viagem, Berço de Marcela, Teu sonho não acabou, Geração 70 e "Que as Crianças Cantem Livres"; entre outros.
Considerado um dos símbolos da resistência à censura durante a ditadura militar brasileira, Taiguara foi um dos compositores mais censurados na historia da MPB, tendo cerca de 100 canções vetadas. Os problemas com a censura eventualmente levaram Taiguara a se auto-exilar na Inglaterra em meados de 1973. Em Londres, estudou no Guildhall School of Music and Drama e gravou o Let the Children Hear the Music, que nunca chegou ao mercado, tornando-se o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro censurado no Brasil.
Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara com Hermeto Paschoal, participação de músicos como Wagner Tiso, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelenbaum, Novelli, Zé Eduardo Nazário, Ubirajara Silva e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas pela ditadura militar em poucos dias. Em seguida, Taiguara partiu para um segundo auto-exílio que o levaria à África e à Europa por vários anos.
Quando finalmente voltou a cantar no Brasil, em meados dos anos 80, não obteve mais o grande sucesso de outros tempos, muito embora suas músicas de maior êxito tenham continuado a serem relembradas em flashbacks das rádios AM e FM.
Morreu em 1996 devido a um persistente câncer na bexiga.
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