Após o repetido encarar do branco das folhas se mostrar contumaz, confesso:
São dolorosas as letras, seja na frente ou no escondido verso.
Naufrágo... afogado em pensamentos dispersos...
Existirá mundo sem letras - consoantes, vogais...
Sem aspas ou pontos, infames sinais,
Personagens discretos de frases conexas,
Fortuitas, complexas, infindas?
Me lembra um filho, infeliz, questionando seus pais..
Disfarço, empalideço...
São medonhas as tramas que ocorrem em assuntos transversos...
Em vão, tento crer só na existência dos dias em mundos letrados,
Grafados e garfados por
Pensamentos famintos de uma mente inquieta,
Regados a instinto animal
Embutido em ego ancestral...
Revolvo pergaminhos sangrados,
Recolhidos despojos de batalhas intermináveis,
Arrestados por indesejadas
Corjas de idéias
Alienadas, e por vezes ensandecidas.
Malogradas, incompletas e
Ludibriadamente expostas,
As Letras remanescem
Nas horas últimas,
Expulsas pelo forceps da impaciência...
Nelas, me agarro, sôfrego...desesperado..
Ai de mim !!!
Sinto a gosma da imperfeição minar e fluir...
Esvaio-me.
Suo, mas delas é vez.
...e é nelas, e com elas que minha mente tenta por si, refazer-se...
Ressurge, convoca, agrega, aloca,
Dá meia-volta
... ao início do fim...
Adoro esta poesia, você consegue expressar o que sinto "após o repetido encarar do branco das folhas..."
ResponderExcluirSentimos todos...
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