Somos peças dispostas em pontos marcados,
Buscando apressados, ter algo que a vida não dá
Mas disseram : - A alguns ela deu....
Deu mentiras, deu risos, agrados
Presentes de grego, de fatos passados,
Que sei, não são meus, nem são seus,
Não é parte de mim, e ademais,
Nem se espera, seja coisa de Deus...
São males que assombram,
Se apressam em ser companhia
Num mar de receio, não creio, não creio,
Que os queira por perto...
São restos de pragas antigas
Salgadas em banho-maria
Preparando pra mim seu bote final :
Ferir no momento mais certo,
E passar... por acaso, por ato normal...
Bem trancado em meu quarto,
A janela me abre ao espaço...
Perco o sentido... bestando... estou farto...
Sou presa de laço, levado em escolta,
Com os olhos da morte grudados em mim...
No aguardo, impassível, do montar da revolta
Que torce e apedreja, e quer o meu fim...
Mas duvido que tal aconteça.
Ou se altere esta eterna apatia...
Enfadado, esboço grito, um clamor :
“Não se esqueça”, digo à noite ao findar mais um dia,
“Antes da entrada da Lua, protele, se arrisque,
...tem dó do apenado...
Só permita que o dia amanheça,
Bem depois que eu me for, adernado...
Quando já não mais tiver mais cabeça
E não vir derramar, a meu lado,
Minha última dose de uísque ...”
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