Amar,
Fim de tarde, de sol,
De um sol
Que tem hora,
E que vai para sombra
Que vem,
Sem alarde ou sinal,
Aparece, no dia, ao final, e
Anoitece o verão...
Em cena,
Seu corpo, suado e moreno
Brilhando, mexendo,
Moldado,
À palma da mão...
Que percorre caminhos,
Desenha carinhos, e
Os beijos molhados
Parecem canção...
... e ao longe,
O horizonte faz ninho,
Prum sol-passarinho
Que foge,
Que voa e se esconde,
Só quer refrescar
(ele é Sol, eu sou Mar...)
Colados, em corpo,
Laçados, no chão,
Vagando sem rumo
Eu sou esta mão
Que passeia seu dorso,
Se perde em teu sumo,
Sou vale profundo
Ele todo vulcão...
Eu sou o seu mar,
Sou seu vento do sul,
A soprar grãos de areia, das praias,
no olhar...
Neste olhar tão azul,
Neste mar, que é azul
Só pra te copiar...
Sou sereia, só faço cantar...
Mergulhada num mar de delicias,
Ao sabor das marés, das
Paixões fictícias
Urdidas no amor,
Amar é enlouquecer...
E assim como veio,
Mansinho, ele parte
Abandona meu peito, e
Leva seu corpo de mim...
Mas não vejo defeito
Na forma, no jeito, dele ser, dele agir...
Se cultiva esta arte,
De ir e de vir,
E de não se envolver...
Mas...
Carinhos à parte,
Eu entendo os de Marte,
Eu entendo...
Se partiu,
Só partiu por saber,
Que eu não sou sua dona,
Eu não sou...
(Apesar de querer..)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário aguardará o moderador para ser publicado.