Tomei de gole o que restava da cachaça
Mirei no espelho o mal-estado da carcaça
O velho terno pernoitara, embolado, encardido,
Pendurado no varal. Houve dia peça cara, que
Uso e sebo transformara: testemunha imparcial
Cada noite, outro bar, cada trago, passo torto
Cada canto, mal-estar, cada tombo, peso morto
Tinha orgia? Estava lá...
Uma mulher, um corpo tido,
Cada garçom, um grande amigo,
Cada abrigo, um five-star...
E assim vivi, como se louco,
Assim morri, jovem, há pouco.
O vício fez-me escravo o corpo,
À morte coube o alforriar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário aguardará o moderador para ser publicado.