sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Poeta e as estrelas...

diz-se do Poeta:
-"quer somente ouvir estrelas..." mas discordo abertamente.
Sei que ele persegue e ousa entendê-las, as vezes tão completamente,
ao ponto de pensar que a luz que elas vertem, vertem por saber que alguém,
cá embaixo, quer vê-las.

Se iludem, os tolos...

Os poetas sabem que as estrelas perceberam,
por seu brilhar pungente, tudo aquilo, que há muito sabe a lua...
-que o ser-poeta, faz e rala, reza baixo e em fé cultua,
que um dia um verso seu possa alcança-la,
e arrebata-la só para si, eternamente.

Ah! Poetas...
por elas, partem em raios insurgentes, transmutam cores, voam os poentes,
procuram um jeito de entretê-las, à espera que aconteça o tal momento,
de transformar-se, ou ser parte delas, das etéreas, ou mesmo cadentes,
que dividem dois o firmamento...

E, vez por outra,
o ser - Poeta, pára, estanca ao percebê-las,
cala, ouve, e inquieto espia, invade vista e a mente afeta
ao ver descer do céu de estrelas, a clara luz que faz o dia...
E ao ver e ouvir, pensar em tê-las,
veste o azul do céu profundo, roga à noite : impeça o dia,
em luz de estrelas, a luz tardia, ao acordar e amanhecê-las,
e vive em si um céu no mundo.

É assim que o ser-poeta acontece...

Nascido humano, ao acidente, vem logo a si, clama qual prece,
a voz de anjo e a mente tece, a confidência que o sagrado lhe trazia :
-que o maior segredo em céu e terra, que fez nascer a estrela-guia,
é o seu brilhar intermitente, que mostra medo, mais que aparente , que toda estrela tem, de um dia, ao brilhar sobre um poeta, lá do alto, tão distante,
não ver nascer, passado instante, do amor mandado em luz brilhante,
a vida em forma de poesia...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário aguardará o moderador para ser publicado.