sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Espuma & lama...



Espuma & lama...


Porque um dia eu fui
Fundo e me envolvi num desejo
Febril, me dissolvo, qual espuma das ondas,
No mar se dilui,
Quando as vagas, rebeldes se acalmam...
Pensamentos, qual sussurros de uma voz,
Formam momentos de vidas perdidas, passadas, 
Roubados de nós.
Deixam evidentes traços nas folhas
Caídas nas sujas calçadas da rua.
Banhadas pela chuva...
São elas colhidas e levadas ao leito do rio
Que as perde em suas águas nervosas,
Indiferentes aos dispersos despojos,
Que ora carregam um saco de estrume,
Ora um lindo buquê de rosas...
Se misturam e se vestem de lama
Diluídas ao final, como parte da trama...
E como a vida acontece e é tirada de nós,
O rio também é roubado das águas,
Pelo mar, 
Que em desejo febril o abraça, 
...e o dissolve de vez,
 lá na foz...

Serenata ao luar...





Um olhar sem igual
Que me põe a sonhar
Que me faz ter um céu só de sonhos...

Você sabe,
seus olhos são como estrelas que irradiam 
seu brilho encantado no ar... 

Deixa-me disperso até a ruptura do dia 
No vale dos sonhos da noite...
 
Apenas, eu e você e
Um céu de verão...
E uma brisa suave,
Beija as folhas das as árvores.

 Assim, não me deixe esperar. 
Eu aqui, à sua porta, canto um sonho de ninar.

Uma canção de sonhos de amor pra você,
Minha serenata de amor, ao luar...

sábado, 4 de janeiro de 2014

2014: continua a Viagem





Não há como refazer o passado.
Hora e outra é o passado
Que aparece e refaz o presente,
Modifica o futuro.
Resta-nos pois, a alternativa
Da viagem interior,
A viagem mística de que tanto falam.
Mas, onde colocaremos a bagagem de realidade que nos cerca?
Acho que no fundo, todos só se preocupam em
Fazer uma boa e perfeita viagem exterior ativa,
Pois é ela que aparentemente, satisfaz a escaldante exigência
De transformar a vida, tal como se quer.
Mas ter novas experiências,  
Parece ser a chave do prolongamento e
Da manutenção do conceito de renovar.
E experiências novas podem ter o caráter
De “viagem de férias”, de interrupção do cotidianismo
Na nossa banalidade existencial.
Surgem como uma espécie de fuga,
Uma aventura no imaginário protocolar do comportamento.
Sua força reside em fabricar um vírus ou um script de dados
Para tentar fixar-se em nosso cérebro póscomputacional,
Com registros em nosso Bios natural, que
Perseguem posições duradouras,
Permanentes, e que encriptam
A nova realidade, finalmente, proposta e aceita, e preservam-na.
É como um decodificador de impulsos e sensações,
Instalado numa nova rede que usa  intersecções
Em caminhos pautados anteriormente.
A rede é nova, propõe alternância de usos,
Mas as ligações e as conexões...
Bem, estas são feitas por partes desgastadas, moldadas, carcomidas, calejadas...
É fica difícil a instalação desta nova rede.
Vai exigir do nosso processador um funcionamento espetacular.
Man, this is fuckin crazy...
É não é pra qualquer um...
Mas voltando à nossa viagem:
O símbolo institucional desta viagem, que aparenta “férias”,
Ou desta aventura “marginal”, obviamente é o Outro.
Nele estão contidas as expectativas, os anseios,
A plenitude, os desejos, o nirvana eterno...
Nele está a viagem interior proposta.
Tudo caminha, inexoravelmente, em direção ao Outro,
Que deverá ser este lugar maravilhoso e perigoso,
Ao mesmo tempo, um vulcão explodindo em pradarias tranqüilas,
Acessos de fúria em momentos de meditação,
Instáveis e aconchegantes abraços,
Ternos e espúrios beijos,
O imponderável junto com o inacessível,
O abismo do prazer rodeado por uma paixão litorânea
Que se mostra pura mas, inconscientemente, letal.
Um amor imperfeito, mas pleno e insuportavelmente real.
Ame... e boa viagem!