sexta-feira, 1 de junho de 2012

Filme - um poema em homenagem ao dia dos namorados



Um dia, me recordo
Era mocinho,  
E ela, a mais bela mocinha...
Eu e meus 14 anos
Ela 12, quase 13,
Minhas férias de verão,
Em Itaúna, um dia lindo...
 
Nosso encontro, já marcado
Às 6 da tarde de um domingo,
É lá na praça da Matriz.
Lá tem cinema, e num cinema, como sempre, um filme passa...

Do filme mesmo, lembro pouco
Ou quase nada...
Mas trago ainda bem marcada
A lembrança do suor das suas mãos, quando a vontade foi maior que a timidez, e a minha mão pousou na dela, sobre o braço da cadeira, num arroubo sem igual, jamais ousado...
Mas carregado de perene tremedeira,
Foi minha primeira vez...

Senti meu coração quase explodir...
Olhei pra tela, não vi nada...
Assim ficamos, sem mexer, mão com a mão dada...
Um filme inteiro, a se exibir, e um outro filme, por passar, dentro de nós...

E enquanto à frente, o filme em tela prosseguia,
Cada minuto, as sensações... tudo tremia,
O peito, as mãos, e os corações acelerados, festejavam a companhia que o encontro no cinema permitia, a vez, o dia de estar ali tão juntos, do “ficar, enfim, à sós”...

O puro amor, que ali nascia, em mãos suadas
Me faz hoje pressupor
Que em algum lugar o imaginário tem guardadas
Nossas primeiras gotas-gêmeas de suor...

E ao sairmos,
Quando a noite acontecia,
Ninguém viu, mal percebia,
Que um novo amor lá se arriscava,
Pisando em nuvens - a lua ao lado,
A iluminar, qual fantasia...

De mãos atadas, tão coladas e tão frias,
A namorada e o namorado,
Davam seu primeiros passos,
Todos versos em compassos
Das mais lindas poesias...

E foi ali, entre os canteiros do jardim,
Que me voltei e olhei pra ela,
E vi nos olhos lindos dela,
Minha imagem refletida,
Como o filme lá da tela...

Mas, vi também,
Que olhar azul dos olhos dela
Assistiam, através dos olhos meus,
Outro filme, como se fosse outra tela,
Com a imagem que 
Meu coração fez dela em mim...

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