terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Fecha a 40...


 
Encontrar-te neste estado
Foi destino previsível
Hoje fato consumado
Que tornaste mais comum
Que, em outrora, lamentável.

Visitei o teu passado,
Envolto em aura de mistério.
Reconheci teu karma e fado,
E vi um espectro insensível
Rir dos fatos...
Vi que o dano era mais sério...
 
Por ti
Desci ao fundo do poço
Foste a faca, fui ferida,
Foste um parto, fui partida,  
Foste o laço, fui pescoço.

Abandonaste ombro, à sorte
Que amparava as horas duras,
Abandonaste o amor, o teu suporte,
Trocado por abismos
Cercados de caminhos rentes,
Tão profundos, decacadentes
Cavados por mentiras, por descumpridas juras...
 
E o que espera, agora?
Algum amor, parco perdão, breve acolhida?
Está pela hora, não vê, já não sente?
Fizeste lá atrás, escolhas tortas, afoitas,
Sem importar com o que faz ou apronta...

Mas lamento ter a informar
Que o fim da estrada é logo ali,
Não te deixe enganar, é ali na frente,
Onde o chão é areia quente
Onde vai te faltar ar
Onde dor é permanente
Onde a vida, enfim,
Apresenta a conta:

- “Fecha a 40...”

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