sábado, 4 de janeiro de 2014

2014: continua a Viagem





Não há como refazer o passado.
Hora e outra é o passado
Que aparece e refaz o presente,
Modifica o futuro.
Resta-nos pois, a alternativa
Da viagem interior,
A viagem mística de que tanto falam.
Mas, onde colocaremos a bagagem de realidade que nos cerca?
Acho que no fundo, todos só se preocupam em
Fazer uma boa e perfeita viagem exterior ativa,
Pois é ela que aparentemente, satisfaz a escaldante exigência
De transformar a vida, tal como se quer.
Mas ter novas experiências,  
Parece ser a chave do prolongamento e
Da manutenção do conceito de renovar.
E experiências novas podem ter o caráter
De “viagem de férias”, de interrupção do cotidianismo
Na nossa banalidade existencial.
Surgem como uma espécie de fuga,
Uma aventura no imaginário protocolar do comportamento.
Sua força reside em fabricar um vírus ou um script de dados
Para tentar fixar-se em nosso cérebro póscomputacional,
Com registros em nosso Bios natural, que
Perseguem posições duradouras,
Permanentes, e que encriptam
A nova realidade, finalmente, proposta e aceita, e preservam-na.
É como um decodificador de impulsos e sensações,
Instalado numa nova rede que usa  intersecções
Em caminhos pautados anteriormente.
A rede é nova, propõe alternância de usos,
Mas as ligações e as conexões...
Bem, estas são feitas por partes desgastadas, moldadas, carcomidas, calejadas...
É fica difícil a instalação desta nova rede.
Vai exigir do nosso processador um funcionamento espetacular.
Man, this is fuckin crazy...
É não é pra qualquer um...
Mas voltando à nossa viagem:
O símbolo institucional desta viagem, que aparenta “férias”,
Ou desta aventura “marginal”, obviamente é o Outro.
Nele estão contidas as expectativas, os anseios,
A plenitude, os desejos, o nirvana eterno...
Nele está a viagem interior proposta.
Tudo caminha, inexoravelmente, em direção ao Outro,
Que deverá ser este lugar maravilhoso e perigoso,
Ao mesmo tempo, um vulcão explodindo em pradarias tranqüilas,
Acessos de fúria em momentos de meditação,
Instáveis e aconchegantes abraços,
Ternos e espúrios beijos,
O imponderável junto com o inacessível,
O abismo do prazer rodeado por uma paixão litorânea
Que se mostra pura mas, inconscientemente, letal.
Um amor imperfeito, mas pleno e insuportavelmente real.
Ame... e boa viagem!

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