sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Espuma & lama...



Espuma & lama...


Porque um dia eu fui
Fundo e me envolvi num desejo
Febril, me dissolvo, qual espuma das ondas,
No mar se dilui,
Quando as vagas, rebeldes se acalmam...
Pensamentos, qual sussurros de uma voz,
Formam momentos de vidas perdidas, passadas, 
Roubados de nós.
Deixam evidentes traços nas folhas
Caídas nas sujas calçadas da rua.
Banhadas pela chuva...
São elas colhidas e levadas ao leito do rio
Que as perde em suas águas nervosas,
Indiferentes aos dispersos despojos,
Que ora carregam um saco de estrume,
Ora um lindo buquê de rosas...
Se misturam e se vestem de lama
Diluídas ao final, como parte da trama...
E como a vida acontece e é tirada de nós,
O rio também é roubado das águas,
Pelo mar, 
Que em desejo febril o abraça, 
...e o dissolve de vez,
 lá na foz...

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