sábado, 23 de janeiro de 2010

Sô Afonso... meu pai.


Hoje, 23 de janeiro meu pai faria 85 anos... Mas quis a vida que ele nos deixasse mais cedo, aos 77 anos, numa manhã de 17 de abril de 2002.

Até hoje eu me esforço para assimilar o que era meu pai para mim. Me pego pensando nele, na sua vida, na nossa vida. Fico buscando coisas fora de mim, no relacionamento, nas nossas discussões, conversas, risos...

E aos poucos, para minha surpresa, vou descobrindo ele dentro de mim, em gestos iguais aos dele que faço sem me dar conta, em situações com meus filhos, em procedimentos pequenos, e penso, cada vez mais, que ele nunca saiu de mim...

Escrevi esta poesia para homenageá-lo, descrevendo um momento que significou muito em nossas vidas.



Sô AFONSO,
do Brumado

(Ou, como a amizade e a solidariedade fazem diferença e deixam recordações em todos que são atingidos por elas)


Transcrito (do jeito que deveria ter sido falado pelo seu velho e grande amigo Arcilino) em 09/03/2007, em dia de homenagem em Brumado de Pitangui, por ocasião da inauguração do Centro Cultural de Brumado, que recebeu o seu nome, e na passagem dos 5 anos de seu falecimento.
Arcelino, coitado, morreu dias antes do evento...
Dizem que foi de emoção...

Ao meu pai, um visionário, com idéias de mudar o mundo,
mas sobrou pra ele, carregá-lo nas costas,
a vida toda....



“ Meus amigo,
Ôcêis num se alembra,
Proquê ocêis tudo é mucho novo...

Mai, foi num 23 de janêro
De mili-novicento-e-vinte-cinco.

Dia assim cumo otro carqué,
Pregunta ao povo intêro...

Dia de trabaiá,
De fazê bico...

Mas num pensava assim
O Cumpadre Chico....

Pra ele, era ispeciár o dia.
Dia de cruzá os dêdo,
Daquêis de fazê vigia...

Lá de dento
Da mudesta moradia,
Vinha uns grito arto.
Arguém gemia...

Maria Rémunda, sua muié,
Cumpanhêra de luta e fé,
Num insforço derradêro,
(tá certo, qui foi num berrêro),
Mas sem ajuda dinfermêra,
Pariu com dor,
De vezada,
Depositando a barrigada,
Nos braço da fiér Parteira,

(Óia, Que pelejou com muito afinco...
Deus-do-Céu,
Que trabaiêra!!)

Mais um,
Pensô o Chico.
Do seus fio, o quinto.
Na cama,
O risurtado inda chorava,
Quando o Chico,
Inrepentino,
Adentrou os quarto,
In-pranto:
Mas deu um sunriso largo,
Ao vê quiera menino:
-Vai se achamá Afonso Arino...
Afonso Arino da Rocha Pena,
Cumpretô de supetã,
Assustando as cumadre
Que tava ali
Assistino a pariçã,

E deu pro resurvido
O pobrema.

...e de noite,
Lá no bar do Zé Muchiba,
Sem ligá pros das intriga,
Nem pros sordado da guarnição,
Bebeu tudo e gritou arto,
Pra alertar os bando de frouxo
Que pudéss aparincê na região:

-É Fio-home, cabra-macho, do saco-rôcho...
E fez questão
De dá pros santo,
Moiada da mió cachaça comprada,
Nas banda do riberão

-Que é pra assegurar distino, falô...

E tomô o resto da branca
De arrancada...

Forte e branquélo,
Era o rebento.
Ôio azur,
Risadatôa...
Apesar dum pôco resmunguento,
Mamou logo nos petcho.
Vida danada de boa.

E por pôco,
Já corria, brincava,
Fazia lambança,
No quintár ou casa adento...
Alegria da vizinhança,
Na piquena Sete Lagôa.

Lá ele cresceu
E instudô...
Até que a famia siamudô
Pra capitár,
(pra ser dôtô, uai!!)

Mas a vida trocô sorte,
E o moço arto e forte,
Gostava mesmo é dinsporte...

Êita,
Do Brasquet ô Volibór...
Jugava cum chuva ô sór,
Jugava quaisque o dia intêro,
Cunquistando inté campeonato.
Campeão Menêro?
Foi quatro.
E tumém foi Brasilêro,
Cumo Ténico e jugador.

Até que lá pelos ido de 49-50,
Foi chamado,
Veja só:
Pra ténico da
Seleçã Feminina
de Volibór.
Ah! Com a garra que Deus deu,
E talento
- nunca vi tanto
Juntô ca fama
- que mereceu-,
E foi disaguar,
Tumá assento,
Cumo ténico de volibór
Du time feminino
Dus Santo,
Santo du Pelé,
(ôceis sabem quem é, né?)

Pro lá ficou uns dois ano..
Inté que a Dona Marelena,
Que passô
Dus Gonçarve pra Pena,
Insposa que era,
Intonce,
Deu sinár de gestaçã...

Diacho !!!
Parlista não, pensô,
Menêro, uai...

-Vamos tratá de pegá os avião, muié...
E de Santo ele pega e sai..

Seadespediur sem fazê cena e
Vortô pro Belorzonte...

...e insperô o fio nascer...

Que nome dá pu menino?

Pensô num monte:
Pedro, Benedito, Getuio...
Ô quim sabe, Juscelino?
Vicente Celestino ?
Era muito baruio...

E tudo mundo invórta
assugeria:
-Põe Francisco,
não, não,
-Põe Zé Maria...

Achei!! pensô cunsigo,
Vai se achamá Rudrigo”,
Ele tema.

E quando viu os parente
Misturando os Jão com José,

Saiu caladinho, deu no pé,
Registrô, cum letra de carta,
No Cartório da Comarca
O nome que tinha fé.

Primeiro da lista, pensô....
Outros envém mais:
-Enquanto eu for capaiz...
Falô firme com o sôgro.

Mas, com sembrante preocupado,
Pruquê tava disimpregado,
-Eu princiso trabaiá, sô...

Sô Juquita, sôgro bacana,
Resorveu, bem na semana:
-Num si apreocupe,
Já tá arrumado:

-Ôcê, Afonso, vai ser Gerente
Lá de uma fabrica do Brumado....

E pro Brumado, o Afonso veio.
Brumado do Pitangui,
Soube adispois por outros meio...

Terra boa, hospitalêra,
Gente humirde, trabaiadêra,

Acoieu êle de forma intêra...
Virou mimo do lugar.

E foi aqui,
Bem neste chão,
Nesta parte da ribêra,
Margiando o rio São João,
Que fez famia,
Fez um lar.

Amigo, intonce, nem se fala...

Cum seu trato caridoso,
Preocupado cum tudo povo,
Ajudava carqué um de carqué jeito,

...e se não desse,
Ia ao Prefeito!!!
Ah!!! Era homem que
Não se cala, sô!!

E enquanto não risurvia,
Num rédava pé da sala,
Fosse noite, fosse dia...

Logo carreou respeito.

E tem mais:
Era amigo leal, dos petcho,
E dos carqué que se apartô,
Num carecia ser letrado,
Pobre ou trabaiador,
Pôco importava...

Digo aôceis qui nem ôiava.

Era ajuda? Pricisão?
Era na hora...ajudava.

Com ele num tinha “nhenhenhe” ou
“Vórta adispois”...

Naum sinhô,
Naum sinhô...

Tava ali ó,
Era o que precisava...

Inté conseio de casório dava.

E num instantinho passado,
De Afonso Arino, Sinhô,
Passou a ser cunhicido e chamado,
Sô Afonso,
Sô Afonso do Brumado.

Pelos empregado da fábrica,
Pelos colega da pescaria
Pelos amigo da cerveja
E inté pros da folia...

Deles, falava muito...ele ria...
-Ah! Tem um tanto, dizia.
Tem o Batista, o Duduca, Dico, o Jair,
O Mozart, Zé Chaves, o Zé Bibi,
Sem esquecê dum amigão, o Arcilino...
(é o véio aqui... me adiscurpe a imocã...)

E pra não incorrer em pecado divino,
Do bondoso e sempre caridoso Padre Guerino.

Peço adiscurpa aos fartante,
Pois a mimória não vai adiante,

Mais sei que tem mais, mutcho mais...
Os amigo tudo, ispiciais...

Gente que se quer tê do lado,
Pras hora da guerra e da paz...

Gente do quilate dum Tasso,
Cabra-macho, cabra-de-aço,
Daquêis que
Quando se pede u‘a mão,
Já vem logo um braço.

E a famia continuô a crescê.

Nasceu u´a menina, a Patríça,
E dois ano adispois,
Otro menino, o Bráulo,

Os dois alegre,
Cum muintcha saúde.

Pro Rudrigo foi diliça,
Uns irmãozin prêle brincá.
Mudô parte da rotina
Que sua vida piquenina
Se encantava de levar.

E pra ajudá Dona Marelena,
Veio a Alice,
Ainda muito pequena,
-Uns doze ano,
Adispois ela mema me adisse,
Mai duma esperteza só,
Parecia inté muié maió...

Veio pra ajudá a tumá conta,
Brincá cum as criança,
Tava sempre pronta...

Otra lasca de tempo, e
Mais uma fia se amostrô,
Deu sinár de nascimento:
-Essa num demora,
Falô Dona Marelena,
Arrumando logo a cama,
Pra esperada menina-Luciana.

Aqui eles tiveram do bom
E do mió.

De manhã, veja só,
Fornada de pão quentin
Com leite frisquin,
Tirado no próprio quintár,
Da vaquinha mais mansinha
Arrumada pelo pessoár...

Fruta, verdura de horta,
Tudo os vizinho culia,
E lembrava, oferecia na porta...
Era coisa natural
Quais tudus dia...

Mas é sabido, mundo afora,
Que o destino num faia: tem hora...

E adispois de tanto tempo,
Morando e vivendo filiz no Brumado
Sô Afonso, foi convocado,
Prum sirviço demarcado...

Num me alembro bem no momento,
Mai era lá na Capitár do Estado.

Assumi uma tár de promoçã...
Recompensa dos serviço bâo,
Prestados nesta terra do Brumado.

Ah!! Nessa hora pesô a dor do
Afastamento...

Dos amigo,
Dos colega de trabaio,
Inté dos jogos de baraio
Ou das festa de casamento.

Nos seus ombro, caiu o mundo..
Coitado ...

E foi cum sufrida imoçã,
Cum os pensamento in
Jisus Crist, NosSinhô,
(in-nomi-du-pai-du-fio-du-insprito-santo)
Sinhô da Terra, do Mar e do Cér profundo,
Que avisou pra tudo mundo,
Da decisã:

Ôiô pros lado,
Meio sem jeito, e contô...

Mas prumeteu logo vortá,
Se cunvidado fosse, é craro:
Cunvite logo feito, né memo?

Pro quê tudo mundo já sintiam
Sardade,
Ao dispedi e abraçá o amigo,
De grande instimação,

Que foi imbora, partiu,
Siguiu camin...

E com ele levô,
Ah!! eu garantcho,
De cada um que ficô,
Mais que abraço de amigo,
A sôdade do irmão...

Mas sei tumém
Que aqui ele deixô,
Além das lágrima do pranto,
As coisa que de mió ele tinha
E que Deus ponhô no seu coração...”

Brigado e
Deus ajudi ôcêis,
Nossinhô, abençôa ôcêis tudo...
Tá bão?

Inté. ”

O PRINCÍPIO 90/10

Que princípio é este?
Os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa com você.
O que isto quer dizer?
Realmente, nós não temos controle sobre 10% do que nos sucede. Não podemos evitar que o carro enguice, que o avião atrase, que o semáforo fique no vermelho. Mas você é quem determinará os outros 90%...
Como? Com sua reação.

Exemplo:
Você está tomando o café da manhã com sua família. Sua filha, ao pegar a xícara, deixa o café cair na sua camisa branca de trabalho. Você não tem controle sobre isto. O que acontecerá em seguida será determinado por sua reação.
Então, você se irrita. Repreende severamente sua filha e ela começa a chorar. Você censura sua esposa por ter colocado a xícara muito na beirada da mesa... E tem prosseguimento uma batalha verbal. Contrariado e resmungando, você vai mudar de camisa. Quando volta, encontra sua filha chorando mais ainda e ela acaba perdendo o ônibus para a escola. Sua esposa vai pro trabalho, também contrariada. Você tem de levar sua filha, de carro, pra escola. Como está atrasado, dirige em alta velocidade e é multado. Depois de 15 min. de atraso, uma discussão com o guarda de trânsito e uma multa, vocês chegam à escola, onde sua filha entra, sem se despedir de você. Ao chegar atrasado ao escritório, você percebe que esqueceu de sua maleta. Seu dia começou mal e parece que ficará pior. Você fica ansioso pro dia acabar e quando chega em casa, sua esposa e filha estão de cara fechada, em silêncio e frias com você.
Por quê?
Por causa de sua reação ao acontecido no café da manhã.
Pense: por quê seu dia foi péssimo?
A. Por causa do café?
B. Por causa de sua filha?
C. Por causa de sua esposa?
D. Por causa da multa de trânsito?
E. Por sua causa?

A resposta correta é a E.
Você não teve controle sobre o que aconteceu com o café, mas o modo como você reagiu naqueles 5 min. Foi o que deixou seu dia ruim.

O café cai na sua camisa. Sua filha começa a chorar. Então, você diz a ela, gentilmente: "está bem, querida, você só precisa ter mais cuidado". Depois de pegar outra camisa e a pasta executiva, você volta, olha pela janela e vê sua filha pegando o ônibus. Dá um sorriso e ela retribui, dando adeus com a mão.

Notou a diferença?
Duas situações iguais, que terminam muito diferentes.
Por quê?
Porque os outros 90% são determinados por sua reação.

Aqui temos um exemplo de como aplicar o Princípio 90/10.
Se alguém diz algo negativo sobre você, não leve a sério, não deixe que os comentários negativos te afetem. Reaja apropriadamente e seu dia não ficará arruinado. Como reagir a alguém que te atrapalha no trânsito? Você fica transtornado? Golpeia o volante? Xinga? Sua pressão sobe? O que acontece se você perder o emprego? Por quê perder o sono e ficar tão chateado? Isto não funcionará. Use a energia da preocupação para procurar outro trabalho. Seu vôo está atrasado, vai atrapalhar a sua programação do dia. Por quê manifestar frustração com o funcionário do aeroporto? Ele não pode fazer nada. Use seu tempo para estudar, conhecer os outros passageiros. Estressar-se só piora as coisas.

Agora que você já conhece o Princípio 90/10, utilize-o.
Você se surpreenderá com os resultados e não se arrependerá de usá-lo.
Milhares de pessoas estão sofrendo de um stress que não vale a pena, sofrimentos, problemas e dores de cabeça. Todos devemos conhecer e praticar o Princípio 90/10.
Pode mudar a sua vida!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Da serie "Os piores empregos do mundo" ...

Lara faz 16 anos... (28/05/07)

Para minha afilhada.
Para que ela se lembre que :

por onde quer que vá,
para onde a vida te levar,
por quais caminhos trilhar,
por todo sonho que seguir,
por todo muro que saltar,
por toda vala que cair,
por quais mares velejar,
por todos morros que escalar,
pelas buscas cometidas,
pelo abrigo das amigas,
pela ausência de paisagens,
pela ilusão das imagens,
pelas tristezas que colher,
pelo que quiser morrer,
por tudo que esquecer,
pelos anos que virão,
pelo seu entardecer,
por toda vida que viver,
pela promessa que é cara,
pelo que futuro que antepara,
por todo bem que se declara,
por nobre gema e doce clara,
pelo ovo-sacro que as ampara,
pelos dezesseis que hoje encara,
pelo brilho de uma estrela solitária,
pelo esplendor, que é sempre jóia rara,
por intensos gestos de louvor,
pelo fruto que é, e germinou,
por jamais que assim pensara,
por ti, também, se rende a flor,
pela beleza contida em toda cor,
pelos nossos livres corações,
por nossas loucas emoções,
pela força de sentidas orações,
por toda ausência de dor,
pelo que vier a se opor,
pelo cheiro, ou
pelo odor,
pelo principal, todo calor,
pelo Eterno,
pelo o que for,
pela certeza eterna de nosso amor...

Harry Nilsson - Everybody ´s talking ..

Colorido

Foi vento encanado,
Que tempo tem,
Foi ardido momento,
Passou sem cor,

Sentimento em pedaços,
Do amor sobrou cacos
E um vento encanado a soprar,
A soprar ficou..

Quis morrer...implorei,
E pedi pra você ficar..
Sei errei ao pedir,
E implorar, eu sei,
E hoje vejo, você
Não foi bem de se ter
Não foi bem de se amar,

Houve um dia...
Fui amor,
Fui paixão,
Fui seu Sol,
Eu me fiz divertido
Eu amei colorido
Eu fui seu verão,

Quis o mundo ao inteiro
Num céu de brigadeiro
Para o nosso amor poder voar

Quis na espera de nós,
Nascer vento, e após
Eu quisera viver em seu mar,

Juntar Sol, juventude
Toda paz, plenitude, ou
Quem sabe, o infinito
Ou morrer em tentar...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Tô muito abusado...


Belo Horizonte


Letras

Após o repetido encarar do branco das folhas se mostrar contumaz, confesso:
São dolorosas as letras, seja na frente ou no escondido verso.

Naufrágo... afogado em pensamentos dispersos...

Existirá mundo sem letras - consoantes, vogais...
Sem aspas ou pontos, infames sinais,
Personagens discretos de frases conexas,
Fortuitas, complexas, infindas?

Me lembra um filho, infeliz, questionando seus pais..

Disfarço, empalideço...
São medonhas as tramas que ocorrem em assuntos transversos...

Em vão, tento crer só na existência dos dias em mundos letrados,
Grafados e garfados por
Pensamentos famintos de uma mente inquieta,
Regados a instinto animal
Embutido em ego ancestral...

Revolvo pergaminhos sangrados,
Recolhidos despojos de batalhas intermináveis,
Arrestados por indesejadas
Corjas de idéias
Alienadas, e por vezes ensandecidas.

Malogradas, incompletas e
Ludibriadamente expostas,
As Letras remanescem
Nas horas últimas,
Expulsas pelo forceps da impaciência...

Nelas, me agarro, sôfrego...desesperado..

Ai de mim !!!
Sinto a gosma da imperfeição minar e fluir...

Esvaio-me.
Suo, mas delas é vez.
...e é nelas, e com elas que minha mente tenta por si, refazer-se...
Ressurge, convoca, agrega, aloca,
Dá meia-volta
... ao início do fim...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Pipocas ao Celular

Quem duvida disto ?
Quem fala muito ao celular deve ter celulas fritas na cabeça e não sabe, ou melhor, cada vez vai saber menos, menos, menos...


Canção de amor pela TERRA

Gravada pelo Coral Infantil Gôtas da Canção, patrocinado pela Copasa e com regência de meu amigo, o Maestro e tenor, Alex "Pavarotti".

Se voce tem contato com algum colegio que tenha coral infantil divulgue este video.

A Sony Music, detentora da trilha de Pepperland, liberou para seu uso educativo e social.

Isabela e ela

Leio hoje : mais um pai joga sua filha de 3 anos da janela do 12º andar em Porto Alegre e pula depois... que forma desumana de se vingar de alguem, utilizando-se de um ser indefeso para isto. É insuportável.
Fiz a poezinha abaixo depois do ocorrido com a Isabela, 5 anos, em SP.
Fiquei muito abalado e não me cansarei de ficar... Ei-la :
Isabela e Ela (num sinal de trânsito qualquer...)


_seu Dôtô, paraí,
pérum pôquim,

abre os vido, oieu aqui,
prestatenção,instante só,

num ademora,
tô pidino grana não,
quero só expricação...
eu num sou das crasse arta
num nasci dos pediata
fui parida em caburão...

minha mãe fazia vida
o meu pai morreu na pinga
eu cresci lá no lixão...

um brinquedo, uma boneca
os estudo, a bicicreta,
era jura , era promessa
pra eu deixar passá as mão...

hoje eu queimo os pé noasfarto
sou vigia de assarto
peço esmola, pra vivê...
o meu rosto é de criança
mas no corpo tem lembrança
que Dôtô num quer saber...

outro dia, vi dizê
que matarumá menina
jugarela lá de cima
juntô gente assim pra vê..
disséru cá menina
morava nêdificil arto,
de levadô, portêro embaxo,
de piscina cum jardim...

tinha asroupa tuda fina,
os brinquedo que quisesse,
té boneca lá da China...
disserainda quéra alegre,
otros diz, que munto linda,
e tem mais, seu Dôtô,
num sei se inté carece,
duas avó e dois avô,
pai e duas mãe só dela...

que ela ia nescolinha
tinha monte de amiguinha,
festa de neversário cum balão, gual novela...
é...mas num sei não...
num tô acustumada
cum tanto negóço bão...
a vida num é assim lá na favela...

Dôtô, tem uma coisa que eu nuintindi:

se a menina é boazinha,
se ela era tão legal,
proque que fizeru esse mal,
proque que matáru ela?

é...num intendo não...

eu vou fazê nove ano...
desse jeito que o Dôtô tá vendo,
vou levano...
antes eu até queria sê,
um dia, como ela...
tê neversário, presente, natal...
góra... sei não...
mió ficá na favela,
que sê nutiça dos jornal...

asvez, quem sabe, pode sê
que um dia desse sem-querê,
pode sê que arguém me mata,
- tem muita chança deu morrê
que nem morre uma barata -,
e aí, memo sem pedi
eu enconto ela no céu,
junto do papai noel...
e aí eu vô dizê assim pra ela :

-olha, dessa vez.

pede pra nascer na favela...

... pode me dá 1 real ?

Planeta Terra - sem palavras

Aula de Direito

Um professor perguntou a um dos seus alunos do curso de Direito:

- Se você quiser dar a Epaminondas uma laranja, o que deverá dizer ?
O estudante respondeu:
- Aqui está, Epaminondas, uma laranja para você.

O professor gritou, furioso:
- Não ! Não ! Pense como um Profissional do Direito !

O estudante respondeu:
- Ok, então eu diria: Eu, por meio desta, dou e concedo a você,Epaminondas de tal, CPF e RG nºs., e somente a você, a propriedade plenae exclusiva, inclusive benefícios futuros, direitos, reivindicações eoutras vindicações, títulos, obrigações e vantagens no que concerne àfruta denominada laranja em questão, juntamente com sua casca, sumo,polpa e sementes, transferindo- lhe todos os direitos e vantagensnecessários para espremer, morder, cortar, congelar, triturar,descascar com a utilização de quaisquer objetos e, de outra forma,comer, tomar ou, de qualquer forma, ingerir a referida laranja, oucedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e qualquer decisãocontrária, passada ou futura, em qualquer petição, ou petições, ou eminstrumentos de qualquer natureza ou tipo, fica assim sem nenhum efeitono mundo cítrico e jurídico, valendo este ato entre as partes, seusherdeiros e sucessores, em caráter irrevogável e irretratável,declarando Paulo que o aceita em todos os seus termos e conheceperfeitamente o sabor da laranja, não se aplicando ao caso o disposto noCódigo do Consumidor.

E o professor então comenta:
- Melhorou bastante, mas não seja tão sucinto, tão resumido, procure fundamentar mais.

Guimarães Rosa em 3 tempos


(Texto escrito a partir de relato de minha mãe, Maria Helena Guimarães Pena, no retrato com 15 anos; meu avô, José Lima Guimarães abaixo com 47, e Joãozito acima com 37, em 1945 ... )



















A consangüinidade resulta de parentesco predecessor, na união de entes familiares.

É inexorável, irrecusável, irrefutável.

Pode traduzir amizade, amor, empatia, lealdade, mas pode, também, não carregar nenhum destes predicados tão caros.

Não é causa e conseqüência.

Digo isto, pois consigo ver traços desta consangüinidade agindo em sua forma mais pura e preciosa, em pessoas que me cercam, nesta curta passagem do tempo, e através delas consigo imaginar outras, cujo tempo já passou, mas que nos legaram estes sentimentos maravilhosos, e nos permitem hoje ter uma convivência tão harmoniosa.

A eles, e por eles, rendo minhas modestas homenagens nestes escritos.


Sábiamente, nos lembra o protagonista de “Grande Sertão: Veredas :
-Viver é perigoso”, obra prima do imortal escritor João Guimarães Rosa, filho do casal Francisca e Floduardo Rosa e sobrinho de meu pai, meu primo.

Retruco ao mestre: Mas viver também é prazeroso.

Guardo lembranças de criança... 7 ou 8 anos teria, quando levada pela minha pequenina mão enlaçada à poderosa mão de meu pai, as vezes acompanhada de irmãos mais velhos, para visitar nossos tios. Passeio, diversão, não havia melhor finalidade.
Numa destas visitas, lembro meu pai conversando com um homem alto, que trazia um enfeite curioso junto ao pescoço: uma gravatinha borboleta xadrez, com tons de cinza e vermelho. Olhou para baixo, dentro dos meus olhos e depois para o homem :“ esta é a Leninha” . Achei engraçado a gravatinha e não escutei nada do que disseram sobre mim. Só tinha olhos para a gravatinha. O homem reparou em meu olhar e se abaixou: “gostou dela?” Estiquei a mão e peguei a gravatinha. “Chega Leninha, deixa o Joãozito levantar,” disse meu pai, ralhando em tom de brincadeira. Dei meia volta e desapareci correndo no quintal, procurando minhas primas, sem dar qualquer importância àquele encontro. Joãozito era um homem feito, médico, eu apenas uma criança.
Esta foi a primeira vez que me encontrei com Guimarães Rosa.
Anos mais tarde, já adolescente, 16 anos, fomos, meus pais, minha irmã Maria de Lourdes e minha prima Heloisa, passar uns dias no Rio de Janeiro.
Era outubro de 1945.
Embarcamos no Vera Cruz. Papai havia conseguido a cabine excelente, que foi oferecida a ele como cortesia pela Rede Ferroviária Federal. Magníficas as acomodações.
Antes registro o fato de ter sido acompanhada até o embarque por aquele que anos depois seria meu marido, Afonso Arinos Rocha Penna, de quem já era namorada, fazia alguns meses.
Feito este importante registro, continuo a narrativa.
Chegamos a Central do Brasil, desembarcamos e apanhamos um táxi. Havia uma anormal presença de soldados do Exercito, muito bem armados. Para onde olhássemos lá estavam os soldados.
Embarcamos no taxi, um Chevrolet 38. Ao virar a primeira esquina, começaram a aparecer tanques de guerra, enormes e barulhentos. Cruzaram nosso caminho soltando nuvens de fumaça preta. Sobre si trazia pilhas de soldados armados. Antes de chegar ao hotel fomos parados por um bloqueio militar. Tivemos que descer do carro e nossas malas foram abertas e revistadas.
Seguimos a corrida para o hotel. Meu pai virou-se para trás e com semblante tenso comentou alguma coisa com mamãe. Nós três, no banco de trás, ao lado dela, só tinhamos olhos para as vitrines e o mar.
Meu pai viajava muito a nogócios ao Rio e costumava ficar em um ótimo hotel na Cinelândia, na Av. Rio Branco, próximo aos teatros da época, que apresentavam Procópio Ferreira, Eva Tudor, e outros artistas. Sabia que teriamos que ter pernas para acompanhá-lo nesta empreitada divertida. Sua primeira providência no Hotel foi pedir para que se comprassem ingressos para esta ou aquela peça ou musical. Ele adorava “este” Rio dos shows.

Aquela noite, no entanto, não saímos. O Hotel cerrou suas portas e só entravam hospedes. As luzes foram diminuídas. Era quase penumbra. Não havia telefone. Pela janela do 5º andar víamos um movimento de Jeeps e Caminhões do Exército.
A alguns metros do hotel, dava para se ver um prédio com grandes colunas, meio acinzentado, com barricadas, tanques de guerra e homens armados á sua frente. Perguntei a meu pai o que era aquilo e ele nos explicou que era o prédio do Ministério da Guerra e lá estava o Marechal Dutra. Fiquei sabendo depois que naquela noite ele depôs o Presidente Getúlio Vargas.

De manhã bem cedinho, minha mãe nos acordou e mandou-nos preparar rapidamente, pois iríamos trocar de hotel.
E para minha surpresa fomos para o Copacabana Palace.
Um luxo só.
Tão logo nos instalamos naquela enorme suite, chega um mensageiro com um recado do Itamaraty: o Embaixador João Guimarães Rosa, solicitava a meu pai um horário para visita, ao tio e à sua familia.
Meu pai devolveu o recado convidando-o para almoçar conosco.
Recebemos Joãozito com muita alegria. Fomos novamente apresentados. Desta vez com mais formalidade. Lembrou-se ele do episódio da gravatinha borboleta de quase 10 anos atrás – naturalmente eu não me lembrava mais – e isto rendeu brincadeiras e chacotas de minha irmã e prima.
Conversou todo o almoço sobre sua vida de Embaixador, nos paises que servira, falou-nos de sua vida em Hamburgo onde estivera como vice-cônsul brasileiro e expressou sua revolta contra o autoritarismo nazista e pena dos pobres judeus, aprisionados em campos de concentração.
Referiu-se também aos jovens alemães que eram levados da casa de seus pais e educados pelo governo naquele regime absurdo.
Desta feita pude entender e apreciar melhor suas narrativas e o modo criativo de contar os fatos de sua própria vida. Mais tarde observaria semelhanças dessas palavras ouvidas com as escritas em seus livros.
Foi prazeroso estar com ele. Era uma pessoa que falava, falava e falava e nós não nos cansávamos de escutar. Em dado momento, minha irmã me cutucou com o braço e me mostrou que mais da metade das pessoas que almoçavam naquele momento, não conversavam: prestavam atenção à narrativa de Joãozito e riam das risadas dele e de papai, ao comentarem algum caso.
Minha irmã, pediu-lhe que falasse algumas palavras em japonês e ele pegou uma folha de jornal fornecida pelo hotel e leu as noticias neste idioma. Eu sugeri o alemão. Heloisa o russo e por aí afora, foram surgindo outros pedidos de outras mesas e esta mistura de línguas e dialetos, e curiosidades sobre a forma de falar deste ou daquele povo, transformando-se em brincadeiras, das quais rimos bastante.

Dez anos depois, foi a última vez que tive a oportunidade de estar com Joãozito foi em 1955. Eu já estava casada, com 2 filhos, morava em Brumado de Pitangui, e estava hospedada em casa de meus pais, acompanhando de perto a convalescença de papai.

Ao saber das noticia da doença de papai, Joãozito cancelou compromissos e veio a Belo Horizonte, visitar o tio. Ficou conversando com ele no quarto um bom tempo, e depois desceu e lanchou conosco. Parecia triste e abalado. Todos nós estávamos.
Ofereceu-se para mandar vir qualquer medicamento necessário e assim o fez depois da receita do médico de papai. Minha mãe deu a Joãozito uma caixa de goiabada feita em Pitangui. Ele agradeceu e abraçando-a disse que retornaria ao Rio no dia seguinte levando consigo aquele precioso presente.
Papai morreu em agosto daquele ano, mas Joãozito, que estava em viagem internacional, não compareceu ao enterro do tio querido.
Enviou telegrama para minha mãe do México, onde dizia estar extremamente abalado e chorando a grande perda de seu maior amigo.

Anos se passaram até o 16 de novembro de 1967, uma data especial e inesquecível para toda a família.
O escritor João Guimarães Rosa tornara-se membro da Academia Brasileira de Letras.
Aqui em Belo Horizonte, dias depois, todos estavam ainda comemorando este grandioso acontecimento do dia da posse quando chegaram as terríveis noticias.
Fazia apenas três dias desde sua assunção à imortalidade, conferida pelos seus mortais colegas de pena, quando ele, literalmente, apropriou-se de seu postulado e encantou-se.
Dele, ficou guardada em meu coração, uma frase sobre meu pai, que muito me orgulha e comove, principalmente, sido dita por quem disse:

“Se Deus quiser mesmo consertar o mundo, basta espalhar a semente do tio Juquita por aí...”

Te amamos

Poesinha que fiz na passagem dos 80 anos de meu sogro, o grande "Seu Washington" e, naturalmente, li para todos os presentes.
Suportem...



Te Amamos...

Oi nóis aqui, gente! visita que a cumadi D.Nelém fez á cumadi D.Neni cumprindo cunvite feito...


...êrrêêêta

Óia nóis aqui, gente !!!
Cheguemo, uai!!!

- Ô fia ...
vai visá pra sinhá-patroa
qui nóis cheguemo, uai !!
siavie, trem...
...e pruveita,
pega u’a caneca dágua e...
ô mió,
traiz duma veiz
a muringa chêa,
quié pra moide
de nóis matá a sicura
de nóis tudo aqui,
né naum gente?Nóis é batuta, falemo quienvinha
e acabemo invino memo...


Mai, iche, Nossinhóra!!!
Aqui tá tudo uma bilizura, memo!!Òia pruceisvê!!
Némez?
Aqui do avarandado nóis iscóe
o qui qué vê:
vê o sór nascê
ô vê o sór sinscondê..
Vê as montanha tudo,
com os pasto inredó,
virdim, virdim...
Lá in riba,
Lá junto daqués
maranhado de cipó tinhoso,
desce uma cachuêra
que é u´aguacero só.
...è muincha fartura dágua...
Invórta os Passarim
Arrudopia,
cantano qui é uma maravia!!
...e ôcêis num avistô nada inda...
Pricisa vê adispois
do introncamento, perto do morro
do Nhém Santo, lá com a
ribança do Lelé Trimilim...
a fundura do buraco que abriu...
Parece que vai inguli tudo...
Teve gente que foi
ôiá num vôrtô...
ês fala que tem coisa
cum o iscunjurado,
Deus me alivêi e sarve ...
Lá eu num vô maié dijeitoargum...
Mai o resto...ò...é daqui..ó ...
É uma paiz qui
nem sei cumo dizê!!Inda bem que ôcêis me adisseram
nus meus onvido
que quiria vim
pra moide de cunhecê...
Cêis tá gostan?
Cêis num viu é nada inda...eh eh eh ...
A morada da Cumadi D.Neni
é di inchê os óio
dos incantamento!!Falando nela, aí...
Òia a Cumadi aí, gente!!!
- Ôi Cumadi...
Qui belezz di vê ôcê
assim tão fòrte e sacudida...
-e os minim?
Cadê meu afiado?
Truxe um presentin prêle...
Êita, qui o bichin tá forte, hein...
Tom bença da madrinha, meu fio
...Deus tiabençôe...
Tá tudo bão dimais, eh, gustusura...
Mai teve feio, viu...
Nóis quais ficô no camim...
Gór nem penso mai...
Vê, nóis tudo, aqui,
as duas famia tuda arreunida,
é mucho bão..
-Ô fia, traiz maisun
dess pâodiquêj,
tá bão dimaisss!!
...e o cafizim...?
Vai ficá só no imbucho?
Naum, traizlá um buli dos grande quié pra nóis bebê,
ô trem danado!!!
o camim tavo u´a puerada, só...
a guela tá siquim, siquim...
Cumadi, Ôcê sabe qui eu sô meio mitida abesta,
né ...eh eh eh...
Intonce, eu iscrivinhei uns trem carqué,
aspress,
pra dizê prôcê e pru seus famíliá,
quando nóis siachegasse aqui...
ôcê num arrepara
nus êrru das palavra...
pruquê ôcêis tudo sabe,
eu num sô boa das letra...
Num fugão,
...cunzinhando uma rabada,
uma vaca atolada...
...ói quieu já dei dicumê pra mais de cem
Dum aveiz, quando o falicido era vivo...
(Deus qui guarde ele nas artura...)
Mai quando é pra
dizê carqué palavra assim
de supetã.. iiishshi... eu caio nu´a
vergonhêra danada...
Mai... tá tudo aqui...
ness papilim, dobradim,
quiémode deu nun insquecê,
e proceis me inscuitá...
e vórto a rogá, num arrepara
nas ingonorança da véia...eh...eh...eh....
Dêxôlê prôcêis:
Cumadi D.Neni,
Cumo vai,
Inspero seachegar e incontrá vosmicê
e sua famia no mió da saúde.
Eu nen criditei cundo arrecebi
o cunvite pra pernoitá aqui nas suas terra.
Os minin fico tudo doido.
Ustrudia memo o mai véi falô:
Mãe, nóis vai ô num vai mai?
Carma menin, dêxe de sê espivitado,
vai lá na horta e cói dois môi de couve preu...
Tavo tudo assim, doidim..
Hoje intonce, nem drumiro diretcho...
Eu tumém... Amóide quius premero
rai de sór intráru
pelas fresta da janela,
eu di muito tavo dipé...

Cumaeu ia dizeno:

asdispois eu cumecei a mi aprontá ligero:
visti rôpa nova qui a cumadi Nhá Chica
fez preu, marrei na cabeça lenço de instampa
chei de fulô, passei carmim na cara,
pintei os beiço de virmiinho, virmiinho,
pra moide deu dá uma miorada nas carcaça, uai...
Quais qui não me alembro de ponhá
meus chêro, quié pra ficá prefumosa
e iscondê as nhaca.

Asdispois:

peguei lá no cantim da sala, o samburá trançado
cum paia de mio, qui é pra cuiê
arguma fruita madura que tivé pur aqui né.. Quais na ora dimbarcá no onz,
távo cum meu coração quais qui insprodindo
di tão forte qui batia nos pêtcho...
e agór nóis tá qui,
e isnperei intéagorinha
pra moide mata a sôdade dóceis tudo....
Êta trem bão sô!!
Nois vai podê paciá, cumê do bão e do mió,
muincho quitute, pédmuleque,
bulim di fêjão, broa de mio,
fêjão tropêro cum côve- finim, memo..

Óia-í, Cumadi,
Cabano aqui, mealembra deu me aprumá
e levá pru Zé - meu vizin,
um lidipinga,
quié prêle tomá pin-cum-mér,
qui ele apriceia muincho...
Tumém apriceia licô di piqui
e licô di genipapo,
quiêl diz qui é mutchobão
e num faz mar pruz figo...
Cunformifô eu tumém vô tumá,
nemez?
Cê sialembra do Zé, num sialembra?
é craro qui sialembra, uai...
cê foi laim casa,
nas vespa do dia dus finado, Cumadi...
sialembrô ?
poisé...Cumadi, sinviuvô, ucoitado...
...eh...eh...eh...,
cumaieu tumém já tavo assim meiqui,
disobrigada, né...intonce...eh...eh...eh...
adispois eu conto mais...
Mai, tá tudo bão dimais da conta!!!
Num sô boba... vô apruveitá orcasião,
némemo?

Xô cuntinuá a lertura:

Cumadi, nóis tá tudo aqui,
no prazê de tá na sua morada,
atendeno o amarve cunvite
de seachegá inté aqui.
Nois tudo, sastifetcho,
viemo sardá voismicê
e seus familiá, e nois qué agradecê
os cômodu qui ôcê asdispôs
pra moidenóis arrefrescá e si trocá,
e de nus recebê cum tanto carim...
pra moide de nois passá
ess dia chei de festança,
chei de cunversa das boa,
cum mucho gosto memo!!Nossinhô Jisuis qui vai pagá a Cumadi
dobrado,
puressa cuída.
Meus òio já fica moiado
e dáum aperto grande nasgarganta
e um sufoco nospecho...
só di pensá nasora dosabraço,
dasadispidida e de caçá rumo dicás.
Eu e a famia tuda
vamo levá mucha sôrdade
deste acunchegante pedacim do cér...Inté lá, vamo pruveitá, né..
Intonce...

Cabô os inscrito...
(palmas e abraços)
brigada Cumadi, brigada ôcêis tudo...
Gór vão papiá um pôrco...
Êita viagem cumprida essa, sô !!
Minha guela cuntinua seca de fazê dó...
E ói quieu já tumei pramais
de uma muringa dágua...
lá pru dento deu
deva uma barrêra só...eh...eh...eh...-fia, traiz mais água lá...

Gór, qui nóis siadiscansô
um porquim,
e tamu mais assurssegada,
vô inspichá as perna um pôrco...
és tá tudo danada de induricida...
e tirá tamém as precata, né...
quié pra aliviá os pé, uai...
Óia as inchadura dês...
paréci dois pé de bananêra...
inxadim, inxadim...
Cê num quêra sabê da viági, Cumadi...
Nóis viemo num onz
qui dava tanta balangada,
mai dava tanta balangada,
e nas curva tumbava um tanto
qui nóis quais rudopiava,
e custava fincá nos acento.
A minha piquitita, a Marlinei,
- ôce num cunhecia a bichinha naum, nememo...
é temporã, foi um pôrco ante do falicido...butuá...
vem cá minina, siachegue,
tom bença da Cumadi...
cumaeuaia dizeno,
a piquitita cumeçô
a viagi la na portrona
da frente e terminô quais lá fundo,
num é memo Marlinei?
Gór nóis dá risada,
mai nóis passô pertada...
Si agarremo tanto uma nas ôtra
qui nóis fico paricendo trôxa de rôpa.
Asveiz eu sortava uns arroto...
é quieu tavo cum as
barriga chêa, pruquê
eu comi uns michido
qui sobrô de onte, he,he, he!!!
e ôtras veiz eu sortava ôtras coisa
que num fica bem
falá aqui, né..he,he,he....
Mai ôcêis sabe o quié né...he,he,he...
Parincia qui nois ia botá
o istam pra fora, Cruiz-credo...Eu memo quais bôtei
foi os intistin pra fora lá na parada
qui o onz fêiz...
Vôrtei mais branca qui leite.
E fiquei a viagi intirinha
tiontinha, tiontinha.
Mai agór tô mió,
GraçaDeus....
Têve hora qui eu
inté preguntei pro chôfé:
Ondqueutô, gente!!
Pra que qui nóis
inventô de fazê essa carrêra?
O chôfe inté me apreguntô,
no meio da viagi,
pruquê viu qui nóis tudo tavo
botando as tripa pra fora:
- Ôcêis qué apiá? Né mio vórtá naum?
Deva tê ficado
cum pena de nóis...
Maiseu e as minina, nóis pensô:
Nóis já tamu aqui, némemo,
prondquieuvô se eu vortá?
Ficá intuiada dendecás
e intupinu de cumida, ingordando
qui nem as porca paridêra?
Mais é dijeitoargum...
Vamu paciá qui é mió...
...e num é qui no finar nóis acertô?
GraçaDeus tá tudo bão...
cheguemo tudo sarvo,
cum as graça di Deus,
NosSinhô-Jisus-Crist...
Vamu apruveitá, né...Maôcês dá licenss quieu vô ali resôrvê uns assunto
Pruquê os institin tá tudo revirado...
Cês num sintiu um xirim naum?

finár...

Anuncios diversos : Bruthus, 8 anos, boxer, perfil atlético, tigrado procura companheira...



Tenho 8 anos (quase 9), modestia-à-parte sou "o cão' ...ehehehe!! Pedigree belga, pais campeões, avós e avôs campeões, mas...ainda não dei umazinha sequer... foram escolher muito uma b..c..t nha pra mim e.. deu no que deu... sou virgem até hoje !
Por isto quis publicar este anuncio, que sei não é em nenhum veiculo de grande circulação, e se comparar com alguma coisa do meu dono, deve ser de "muito pequena" a circulação ou o numero de visitantes a este blog. Mas como é de graça e ele insistiu muito em me ajudar - deve ter consciencia pesada - eu concordei.
Se alguem tomar conhecimento e tiver peninha de mim, me ajude a arrumar uma companheira. Já não estou olhando muito para os atributos... se estiver viva já vou me interessar!
Help me !!!

Sinto Vergonha de Mim

"Sinto vergonha de mim…
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade,
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e de ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
celula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade”
em caminhos eivados de derespeito
para com seu proximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…

Tenho vergonha da minha impotëncia,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir o meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Tenho vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
POVO BRASILEIRO!

De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto


Poesia de Cleide Canton com complemento final
(ultima estrofe) do grande Ruy Barbosa

Abaixo o link para escutá-la na voz de Rolando Boldrim

http://www.youtube.com/watch?v=ERTmvOll87s&feature=player_embedded






Ultima dose (2007)

Somos peças dispostas em pontos marcados,
Buscando apressados, ter algo que a vida não dá
Mas disseram : - A alguns ela deu....
Deu mentiras, deu risos, agrados
Presentes de grego, de fatos passados,
Que sei, não são meus, nem são seus,
Não é parte de mim, e ademais,
Nem se espera, seja coisa de Deus...
São males que assombram,
Se apressam em ser companhia
Num mar de receio, não creio, não creio,
Que os queira por perto...
São restos de pragas antigas
Salgadas em banho-maria
Preparando pra mim seu bote final :
Ferir no momento mais certo,
E passar... por acaso, por ato normal...
Bem trancado em meu quarto,
A janela me abre ao espaço...
Perco o sentido... bestando... estou farto...
Sou presa de laço, levado em escolta,
Com os olhos da morte grudados em mim...
No aguardo, impassível, do montar da revolta
Que torce e apedreja, e quer o meu fim...
Mas duvido que tal aconteça.
Ou se altere esta eterna apatia...
Enfadado, esboço grito, um clamor :
“Não se esqueça”, digo à noite ao findar mais um dia,
“Antes da entrada da Lua, protele, se arrisque,
...tem dó do apenado...
Só permita que o dia amanheça,
Bem depois que eu me for, adernado...
Quando já não mais tiver mais cabeça
E não vir derramar, a meu lado,
Minha última dose de uísque ...”